Larry Fink, da BlackRock, esquenta debate sobre relatar riscos de fornecedores

CEO da maior gestora do mundo aponta o desafio de relatar a pegada de carbono de empresas que muitas vezes são privadas e não medem suas atividades

Larry Fink comanda a maior gestora de ativos do mundo, a BlackRock, e é porta-voz ativo na causa ESG
Por Stephen Treloar e Alastair Marsh
15 de Fevereiro, 2023 | 09:55 AM

Bloomberg — O CEO da BlackRock (BLK), Larry Fink, disse que a prevalência de empresas privadas nas cadeias de suprimentos criou um “problema estrutural” que significa que não é viável fazer com que elas relatem todos os seus riscos relacionados às práticas ESG (ambientais, sociais e de governança).

Os comentários alimentam um debate sobre até que ponto as empresas devem relatar suas chamadas emissões de Escopo 3, que refletem as pegadas de carbono de clientes e fornecedores.

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A Securities and Exchange Commission, o equivalente da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês), propôs que os grandes emissores sejam obrigados a divulgar o Escopo 3, como parte de um plano abrangente para fazer com que as corporações relatem seu impacto climático.

“As empresas estão muito dispostas a relatar um e dois”, disse Fink sobre os Escopos 1 e 2, que refletem as emissões da própria empresa.

“Mas, para relatar o Escopo 3, você estava se referindo às suas cadeias de suprimentos e a maioria de suas cadeias de suprimentos são empresas privadas do lado da oferta”, disse ele durante uma entrevista pré-gravada no Fórum de Energia de Oslo na terça-feira (14).

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“E esse é o problema estrutural que enfrentamos na sociedade hoje”, disse ele.

Fink, cuja empresa se tornou um alvo regular de ataques do Partido Republicano contra estratégias de investimentos ambientais, sociais e de governança, disse anteriormente que não deveria caber aos gestores de ativos garantir que as empresas do portfólio estejam fazendo sua parte para proteger o planeta.

Em uma entrevista em junho de 2022, ele disse que era errado esperar que a indústria de investimentos agisse como “a polícia ambiental”, enquanto os reguladores buscam maneiras de combater o greenwashing, ou seja, a prática de divulgar informações falsas sobre suas ações sustentáveis.

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A BlackRock, que é a maior gestora de ativos do mundo, pediu à SEC que abandone seu plano de exigir que empresas maiores divulguem as emissões do Escopo 3. Em vez disso, a empresa sugeriu uma estrutura pela qual uma empresa divulgaria as emissões do Escopo 3 ou explicaria por que não o fez.

- Com a colaboração de Silla Brush.

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