Deutsche Bank cortará bônus de quem fizer uso indevido de WhatsApp

Banco está entre os que pagaram US$ 2 bilhões para encerrar investigação nos EUA sobre o uso de canais de comunicação não autorizados no mercado financeiro

Agências reguladoras americanas vêm apertando o cerco contra o uso de canais de comunicação não autorizados, como apps de mensagens
Por Steven Arons
15 de Fevereiro, 2023 | 01:15 PM

Bloomberg — O Deutsche Bank planeja reduzir o bônus de funcionários que usarem serviços de mensagens de forma inadequada para comunicações comerciais, na esteira de uma investigação abrangente que atinge o setor no mercado financeiro americano.

Empregados cujo uso de aparelhos não autorizados ou de aplicativos de mensagens for considerado uma violação particularmente grave das políticas terão uma redução significativa no pagamento variável, disseram pessoas com conhecimento do assunto ouvidas pela Bloomberg News.

Os cortes afetam a remuneração referente ao ano passado que ainda não foi concedida, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas.

O Deutsche Bank está entre os vários bancos globais que pagaram multas de mais de US$ 2 bilhões à SEC e à Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC) para encerrar uma investigação sobre o possível uso de canais de comunicação não autorizados por profissionais do setor financeiro.

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Executivos do alto escalão do Deutsche Bank tiveram os salários reduzidos no ano passado devido a essa questão, e o banco lançou um software para tentar resolver o problema.

“Temos um marco de gerenciamento de consequências em vigor”, disse o Deutsche Bank em comunicado. “Dependendo da quantidade e qualidade de uma violação de retenção de registros, isso também afetará a avaliação de desempenho, remuneração individual e promoção, e pode levar a medidas disciplinares.”

O Barclays disse que cortou 500 milhões de libras de seu pacote de bônus de 2022, em parte para penalizar funcionários envolvidos em mensagens enviadas por WhatsApp. O banco britânico também está entre as instituições financeiras que fecharam acordos com reguladores dos EUA no ano passado.

As regras do setor há muito tempo exigem que bancos arquivem comunicações comerciais para assegurar que reguladores possam verificá-las, se necessário, em um estágio posterior. Mas a rápida propagação de ferramentas de mensagens privadas fora do controle dos bancos minou esse esforço.

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