Americanas foi caso isolado e mercado vai se ajustar, diz presidente da Anbima

Carlos André disse que a crise da varejista foi um caso atípico, ainda que mais de 1.100 fundos tivessem alguma exposição a ativos da empresa

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Bloomberg Línea — “É precipitado achar que havia problema [na Americanas] e que isso não estava sendo notificado à indústria [de fundos]”, afirmou Carlos André, presidente da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) em evento em São Paulo nesta terça-feira (14).

“A forma como aconteceu, foi um caso atípico e isolado, até pela peculiaridade. A indústria de fundos e o mercado comprovaram o patamar de maturidade para lidar com isso”, disse o executivo, que também é vice-presidente executivo de Wealth Management do Santander.

Segundo o executivo, 1.126 fundos tinham exposição à Americanas (AMER3) quando a companhia informou “inconsistências contábeis” da ordem de R$ 20 bilhões em 11 de janeiro, de um total de mais de 28 mil fundos na indústria como um todo. “Percentualmente, foi um impacto contido e o mercado vai se ajustar”, completou.

Carlos André reiterou que a percepção era a de que a situação financeira da varejista era saudável, tanto que os papéis eram classificados como de alta qualidade (high grade), lembrou.

Segundo ele, a marcação a mercado, isto é, a atualização diária da precificação dos investimentos que passou a valer a partir deste ano para os ativos de renda fixa, contribui para uma maior transparência e deve contribuir como forma de educar os investidores sobre as oscilações dos papéis, mostrando o valor líquido do portfólio.

“O mercado é funcional e nos traz convicção de que tudo será revertido da forma correta. Queremos que casos como esse não se repitam.”

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