Goldman Sachs e BofA entram na nova lista de credores da Americanas

Em nova lista, varejista diz dever R$ 42,5 bi para um total de 9.462 credores, ante R$ 41,2 bi e 8 mil credores no documento anterior

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Bloomberg — O Goldman Sachs (GS) e o Bank of America (BAC) são citados como detendo juntos cerca de R$ 1,428 bilhão em créditos da Americanas (AMER3) na nova lista de credores divulgada pela varejista.

Os dois bancos têm contratos de swap com a Americanas, informou a empresa, com o Goldman Sachs detendo R$ 1,065 bilhão em créditos e o Bank of America, R$ 363,2 milhões.

Swaps são contratos de derivativos por meio dos quais duas partes trocam os fluxos de caixa ou passivos de dois instrumentos financeiros diferentes e uma contraparte assume o risco de crédito da outra.

A Americanas divulgou uma nova lista de credores na noite de sexta-feira (10), acrescentando nomes e valores. A empresa disse que deve R$ 42,48 bilhões, de acordo com um documento visto pela Bloomberg News, ante R$ 41,2 bilhões na lista anterior apresentada na noite de 24 de janeiro.

Os credores totais somam agora 9.462, comparados a cerca e 8.000 anteriormente.

O Goldman Sachs não quis comentar, enquanto o BofA não respondeu imediatamente a pedidos de comentários fora do horário comercial.

A Americanas disse por e-mail que a retificação da lista é um direito da empresa e “indispensável para melhor refletir a realidade financeira da companhia”.

Relembre a crise

A Americanas entrou com pedido de recuperação judicial em 19 de janeiro depois de encontrar R$ 20 bilhões em “inconsistências contábeis” que aumentaram artificialmente os lucros e reduziram os passivos declarados pela metade.

A empresa está envolvida em uma briga judicial com bancos, que acusam gestores e seus três principais acionistas, Jorge Paulo Lemann, Carlos Sicupira e Marcel Telles, de fraude. Em uma declaração de 22 de janeiro os três bilionários disseram que não sabiam sobre as “inconsistências” contábeis.

A mídia noticiou anteriormente que o BofA e o Goldman Sachs entraram com petições separadas na Justiça contra a Americanas para tentar receber o valor dos swaps, citando processos judiciais que não especificavam o valor da dívida.

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