Argentina vê onda de imigração de gestantes russas em fuga dos efeitos da guerra

Facilidade em conseguir a cidadania atrai grávidas da Rússia, uma vez que seus filhos já nascem automaticamente como argentinos

No aeroporto argentino de Ezeiza, autoridades reportam crescimento no número de desembarques de gestantes russas
Por Scott Squires
12 de Fevereiro, 2023 | 10:21 AM

Bloomberg — Mais de 30 gestantes russas chegaram a Buenos Aires em um único voo internacional na noite de quinta-feira (9), a mais recente entrada entre milhares de futuras mamães fugindo dos efeitos econômicos da guerra na Ucrânia e buscando passaportes mais fortes na Argentina.

As informações são de Florencia Carignano, diretora nacional de imigração da Argentina, que falou à estação de rádio local TN na sexta-feira (10).

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A Argentina tem visto um aumento da imigração russa desde agosto, quando os cidadãos passaram a fugir da guerra do presidente Vladimir Putin na Ucrânia e das sanções ocidentais que sufocaram a economia.

“A quantidade é realmente impressionante”, disse Carignano. “Dos 10.500 russos que entraram na Argentina no ano passado, mais da metade deles eram mulheres grávidas que entraram nos últimos três meses”.

O país não exige visto para turistas russos, incentivando as gestantes a entrarem em busca de assistência médica e cidadania para seus filhos. Um passaporte argentino dá ao seu titular acesso a 170 países, de acordo com o índice Henley Passport Index.

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A Argentina concede automaticamente a cidadania por nascimento às crianças nascidas no país e é um dos países mais fáceis do mundo para se naturalizar. A maioria dos estrangeiros pode solicitar a cidadania após apenas dois anos de residência.

A embaixada da Rússia em Buenos Aires não respondeu a um pedido de comentário.

Embora a maioria das mulheres tenha recebido entrada como turista, seis mulheres que viajavam sozinhas foram detidas nos últimos dias por suspeita de “turismo falso”, porque não tinham a documentação correta ou não tinham voos de volta, disse Carignano.

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“Temos o prazer de receber aqueles que estão vindo para se estabelecer e criar seus filhos na Argentina”, disse Carignano. “O problema que estamos vendo com algumas pessoas é que elas estão vindo para cá, tendo seus filhos e registrando-os como argentinos, e depois partindo para nunca mais voltar”.

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