Disney vai cortar 7 mil empregos e busca reduzir custos em US$ 5,5 bilhões

Liderada pelo CEO Bob Iger, que voltou à empresa no ano passado, a gigante do entretenimento anunciou um plano de redução de despesas

Perdas no streaming contribuíram para a demissão do CEO Bob Chapek no final do ano passado e o retorno de Iger, que liderou a empresa de 2005 a 2020
Por Thomas Buckley
08 de Fevereiro, 2023 | 07:08 PM

Bloomberg — O CEO da Walt Disney (DIS), Bob Iger, anunciou planos para uma reestruturação da maior empresa de entretenimento do mundo, que inclui o corte de 7.000 empregos e US$ 5,5 bilhões em economia de custos.

As reduções incluem gastos menores com televisão e US$ 2,5 bilhões em cortes não relacionados a conteúdo. Cerca de US$ 1 bilhão da economia já está em andamento, disse Iger em uma teleconferência com investidores nesta quarta-feira (8).

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Como parte da mudança, o CEO da Disney também anunciou que a empresa será reorganizada em três divisões: uma unidade de entretenimento que inclui seus principais negócios de TV e cinema, as redes esportivas ESPN e a unidade de parques temáticos, que inclui navios de cruzeiro e produtos de consumo.

A reorganização visa melhorar as margens de lucro, disse Iger, e representa sua terceira grande transformação do negócio após os esforços para fortalecer suas franquias de filmes por meio de aquisições e o desenvolvimento de seus negócios online.

Iger, que voltou à liderança da empresa em novembro, após a demissão de seu sucessor Bob Chapek, tem sofrido pressão para melhorar os resultados. O investidor ativista Nelson Peltz está buscando um assento no conselho na reunião anual de 3 de abril, argumentando em parte que as ações da Disney tiveram desempenho inferior e a empresa precisa de melhores controles de custos.

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Balanço do quatro trimestre

Nesta quarta-feira, a Disney anunciou resultados financeiros otimistas, liderados por ganhos em seus parques temáticos.

O lucro chegou a US$ 0,99 por ação no período encerrado em 31 de dezembro, segundo a Disney, acima da média de US$ 0,74 das estimativas dos analistas. A receita cresceu 7,8%, para US$ 23,5 bilhões, um pouco acima das projeções.

Os assinantes do serviço de streaming Disney+ caíram 1% no trimestre, para 161,8 milhões, o primeiro declínio desse tipo, em meio a cancelamentos do serviço Hotstar na Índia depois que a Disney perdeu os direitos de streaming do críquete lá.

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As perdas no negócio de streaming mais do que dobraram para US$ 1,05 bilhão em relação ao ano anterior, mas isso foi melhor do que a companhia havia previsto três meses atrás.

“O trabalho que estamos fazendo para remodelar nossa empresa em torno da criatividade, ao mesmo tempo em que reduzimos as despesas, levará a um crescimento sustentado e à lucratividade de nossos negócios de streaming, nos posicionará melhor para enfrentar disrupções futuras e desafios econômicos globais e agregar valor para nossos acionistas”, disse Iger em comunicado.

Mudança de gestão

Perdas enormes no streaming contribuíram para a demissão do CEO Bob Chapek no final do ano passado e o retorno de Iger, que liderou a empresa de 2005 a 2020. A gigante do entretenimento com sede em Burbank, Califórnia, busca obter lucratividade em sua divisão de streaming no próximo ano e afastar o investidor ativista Nelson Peltz, que detém uma participação no valor de cerca de US$ 1 bilhão.

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Depois de anos focando no crescimento de assinantes em streaming, a atenção de Wall Street nos últimos meses se voltou para quando os investimentos da indústria de mídia em filmes e programas de TV online começarão a gerar retorno.

Para ajudar a compensar as perdas no streaming, Iger considera licenciar mais filmes e séries de TV da Disney para rivais depois de anos mantendo a grande maioria dos títulos exclusivos para suas próprias plataformas.

Os parques da Disney continuaram a brilhar, com receita nessa divisão aumentando 21%, para US$ 8,74 bilhões, e ganhos subindo 25%, para US$ 3,05 bilhões. Os resultados incluíram vendas e ganhos de produtos de consumo que foram pouco alterados.

A receita dos negócios tradicionais de transmissão e TV a cabo da Disney, como a ESPN, caiu 5%, para US$ 7,29 bilhões, enquanto o lucro operacional caiu 16%, para US$ 1,26 bilhão, prejudicado pela fraqueza fora dos EUA.

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