Bloomberg — O Credit Suisse (CS) pagará o bônus de banqueiros juniores e plenos de forma parcelada, aumentando a turbulência em meio à remuneração dos funcionários da empresa, que busca reformular suas operações após uma série de escândalos e profundas perdas.
Alguns sócios e vice-presidentes do banco foram informados na terça-feira (7) que as tão esperadas recompensas serão distribuídas em parcelas, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.
Cada uma das três parcelas será paga cerca de 40 dias após 1º de abril, 1º de julho e 1º de outubro, disseram as pessoas, que pediram anonimato por as informações serem privadas.
O banco suíço também adiou o tão esperado dia de compensação para alguns banqueiros de investimento no nível de diretor-gerente ou diretor nesta semana, prejudicando seu relacionamento com os funcionários à medida que reestrutura suas operações em Wall Street.
O Credit Suisse está tentando manter talentos que lutam contra uma reestruturação, depois que uma série de escândalos e perdas de bilhões de dólares provocaram uma onda de demissões.
Um representante do Credit Suisse se recusou a comentar.
O banco considerou cortar o montante total de bônus para 2022 pela metade, disseram pessoas familiarizadas.
O aperto de cinto provavelmente é mais severo do que nos pares de Wall Street, incluindo JPMorgan Chase (JPM) e Citigroup (C), que estão reduzindo os bônus após uma queda nas negociações e vendas de novos títulos.
O Credit Suisse também tem pago bônus em dinheiro adiantado para reter os melhores talentos da companhia, com a ressalva de que eles permaneçam por três anos ou paguem alguma parte do valor de volta.
Esse programa agora está enfrentando dificuldades, já que alguns ex-funcionários baseados na Europa e na Ásia estão analisando os desafios legais da atividade, disseram pessoas familiarizadas com a situação anteriormente.
First Boston
O Credit Suisse planeja fundir seu braço de banco de investimento com a butique de consultoria de Michael Klein. A combinação deve formar uma unidade do First Boston que será eventualmente desmembrada.
A Apollo Global Management Inc., o ex-presidente-executivo do Barclays Plc, Bob Diamond’s Atlas Merchant Capital, e o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, estão entre os investidores que ponderaram colocar dinheiro, informou a Bloomberg News.
A equipe do braço de banco de investimento do Credit Suisse há muito enfrenta incertezas em relação aos planos do credor de Zurique de fundir essas operações com a empresa de consultoria de Klein.
Em outubro, a instituição financeira disse que recebeu o compromisso de uma injeção de US$ 500 milhões no negócio, mas ainda não identificou o investidor. O banco suíço disse que traria outros investidores para o Credit Suisse First Boston e reduziria sua participação ao longo do tempo.
O Credit Suisse, buscando se afastar de anos de perdas e escândalos, disse que abriria negócios sob a célebre marca First Boston e contratou Klein para tentar devolvê-los à sua antiga glória.
O Credit Suisse First Boston deverá ser uma parceria, dando aos funcionários seniores alguma propriedade.
O banco deve divulgar seus resultados do quarto trimestre na quinta-feira (9).
-- Com a colaboração de Ambereen Choudhury
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