Proposta de fundo nos EUA quer trazer música como ativo

A Tidal ETF Trust quer lançar um ETF passivo que ofereceria exposição a um portfólio global de empresas que atuam em música, mídia e entretenimento

Vários artistas - de Justin Bieber a Stevie Nicks - venderam seus catálogos, justo quando gravadoras se apressam para empacotar direitos autorais como veículos de investimento
Por Peyton Forte
07 de Fevereiro, 2023 | 02:22 PM

Bloomberg — Investidores que apreciam música poderão em breve apostar em suas melodias favoritas por meio de um novo fundo de índice focado em entretenimento.

A Tidal ETF Trust planeja lançar no segundo trimestre o ETF Clouty Tune (TUNE), um fundo passivo que ofereceria exposição a um portfólio global de empresas que atuam em música, mídia e entretenimento, de acordo com documento regulatório enviado à SEC.

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O TUNE entraria para o pequeno clube de fundos ligados à música, que inclui o ETF KPOP and Korean Entertainment (KPOP), com ativos de US$ 3,2 milhões e exposição a empresas na indústria do gênero K-pop, que começou a ser negociado no ano passado.

“Realmente, não existe uma maneira pura de ‘tocar’ na indústria da música, então este é um fundo bastante único”, disse Athanasios Psarofagis, analista da Bloomberg Intelligence. Ainda assim, “é muito de nicho para instituições. Quando elas olham para a temática, olham a partir de um nível mais amplo, como tecnologia ou inovação”.

O fundo acompanharia de forma passiva o índice Clouty Tune, um indicador administrado pela Solactive e que inclui 50 empresas com variações de preços das ações que normalmente se alinham com os padrões de consumo de música digital, de acordo com o documento.

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O momento do possível lançamento traz desafios. A Spotify Technology (SPOT) anunciou planos em janeiro para cortar 6% da força de trabalho, ou cerca de 600 funcionários, devido à menor receita com publicidade e cenário econômico instável. Enquanto isso, a Walt Disney (DIS) decidiu congelar contratações e cortar empregos em novembro.

Ainda assim, a música como classe de ativos parece em expansão. Vários artistas - de Justin Bieber a Stevie Nicks - venderam seus catálogos, justo quando gravadoras se apressam para empacotar direitos autorais como veículos de investimento. As gigantes de private equity Blackstone e KKR & Co. estão na vanguarda dessa investida para adquirir músicas no topo das paradas.

“Nem todo mundo vai saber precificar um catálogo. Nem todo mundo vai saber como obter uma parte fracionada de cada disco”, disse David Umeh, CEO e fundador da Clouty, em entrevista. “Mas um ETF que oferece exposição de mercado a todo esse setor é uma ótima maneira de capturar o benefício da própria música, que tem sido muito resiliente.”

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