Bloomberg — O bilionário indiano Gautam Adani não é mais a pessoa mais rica da Ásia – nem de seu país.
Em apenas uma semana, seus ganhos registrados no ano passado, que somavam US$ 44 bilhões, evaporaram, levando consigo mais alguns bilhões.
Dia após dia, ele despencou no índice de bilionários da Bloomberg, o Bloomberg Billionaires Index, enquanto tentava combater o ataque de um investidor. E nesta quarta-feira (1º), sua fortuna dizimada caiu abaixo da de Mukesh Ambani, o rival magnata indiano.
Com as ações de todas as empresas do Grupo Adani caindo – a principal delas, a Adani Enterprises, fechou em queda de 28% na bolsa, por exemplo – a riqueza do bilionário despencou para cerca de US$ 72 bilhões, enquanto a de Ambani atingiu US$ 81 bilhões.
O império de negócios liderado por Adani, 60, está cambaleando depois que a Hindenburg Research acusou o bilionário de “fazer o maior golpe da história corporativa”.
Seu conjunto de empresas, amplamente focado em infraestrutura de acordo com as metas de desenvolvimento do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, eliminou mais de US$ 90 bilhões em valor de mercado desde que o short-seller publicou suas descobertas.
Adani perdeu US$ 36 bilhões de seu patrimônio líquido em janeiro, mais do que qualquer magnata monitorado pela Bloomberg. O movimento veio depois de uma ascensão impressionante que o levou ao segundo lugar do mundo, logo atrás de Elon Musk.
O chefe do Grupo Adani classificou-se brevemente como a pessoa mais rica da Ásia em fevereiro de 2022, antes de garantir o lugar em junho. No fechamento de terça-feira (31), contudo, ele caiu para a décima posição entre os mais ricos.
Apesar da turbulência e do nervosismo nos preços das ações, a Adani Enterprises realizou uma oferta de US$ 2,5 bilhões na terça, o maior follow-on de ações da Índia, em parte graças a um aumento de última hora na demanda de acionistas existentes e investidores institucionais. Os investidores de varejo mostraram pouco interesse.
Adani refutou as alegações de Hindenburg no fim de semana e tentou retratar o vendedor a descoberto como montando um ataque à própria Índia. Hindenburg, por sua vez, disse que a fraude não pode ser “ofuscada pelo nacionalismo nem por uma resposta exagerada” que ignora as principais alegações.
O contágio foi rápido. A queda nas ações do Grupo Adani pesou no mercado da Índia e encolheu as fortunas de vários bilionários de lá.
Ambani perdeu US$ 5,6 bilhões este ano até terça, o maior prejuízo global depois de Adani. Os bilionários Radhakishan Damani, fundador de uma ampla rede de supermercados, e Ravi Jaipuria, da Varun Beverages Ltd., também estão entre os maiores declínios de riqueza do mundo.
--Com a colaboração de Alexandre Sazonov
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