Sob pressão, Shell reformula unidades de negócios após chegada de novo CEO

Empresa anglo-holandesa, sob o comando de Wael Sawan, combinará suas divisões de gás e upstream, por um lado, e também as unidades de downstream e renováveis

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Bloomberg — O novo presidente da Shell (SHEL) está acelerando a sua missão de reformular as principais unidades de negócios da empresa de energia apenas um mês após assumir o comando.

A Shell combinará suas divisões integradas de gás e upstream (exploração & produção) e fundirá suas unidades downstream (refino & transporte) e renováveis, informou a petroleira nesta segunda-feira (30).

É o segundo anúncio significativo em uma semana depois que o CEO Wael Sawan, que assumiu no início deste ano, lançou uma revisão estratégica da unidade de varejo de energia da empresa na Europa.

Sawan está sob pressão de grandes investidores para aumentar os retornos aos acionistas, cujos valores ficaram atrás dos pagos pelos principais concorrentes depois de um ano de escalada das cotações.

Houve especulações de que uma mudança estava em jogo depois que o investidor ativista Dan Loeb, da Third Point, pediu à empresa que segregasse - um spin off - suas unidades de gás natural liquefeito, energias renováveis e marketing em um negócio independente.

É um momento em que outras petrolíferas adotam movimento semelhante, ainda que nem sempre em busca assumida de eficiência, como é o caso da brasileira Petrobras (PETR3, PETR4) com o novo governo, em que o caráter estratégico para o país foi designado como prioridade em detrimento de dividendos.

A Shell agora está optando por incorporar a energia limpa ao segmento de refino. Também descontinuará sua diretoria de estratégia, sustentabilidade e relações corporativas. As unidades de estratégia e sustentabilidade se reportarão diretamente ao diretor financeiro Sinead Gorman.

“Menos interfaces significam maior cooperação, disciplina e velocidade, permitindo-nos focar no fortalecimento do desempenho em todos os negócios e gerar fortes retornos para os investidores”, disse Sawan em comunicado. “Estamos mudando para garantir que nos tornemos um grande investimento.”

Com as mudanças, que devem entrar em vigor em 1º de julho, a Shell reduzirá o tamanho de seu comitê executivo de nove para sete membros. A mudança não afetará os segmentos de relatórios financeiros, de acordo com o comunicado.

“Em termos de se tornar mais eficiente e simplificar, a Shell tem mais para cortar”, disse Christyan Malek, chefe global de estratégia de energia do JPMorgan Chase & Co. “Este é o início de uma série de melhorias na eficiência da Shell para melhorar os retornos e gerar mais valor para cada dólar investido.”

Em 26 de janeiro, a Shell disse estar iniciando uma revisão de sua unidade doméstica de energia depois que o negócio provou ser um ponto fraco durante a crise de energia. As empresas de varejo da Europa de energia e gás estiveram sob estresse no ano passado, com os preços subindo após a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro.

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