Multa para influenciadora que comeu tubarão sinaliza limites para redes na China

Mulher comprou um tubarão-branco pelo site Taobao, da Alibaba e teve que pagar o equivalente a R$ 94 mil por infringir leis de proteção à vida selvagem

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Bloomberg — Uma influenciadora de culinária na China foi multada em 125.000 yuans (US$ 18.500 ou cerca de R$ 94.400) pelas autoridades após postar um vídeo em que aparece comprando ilegalmente um tubarão-branco e comendo o animal, em um registro que provocou uma rápida reação negativa nas redes sociais.

Segundo as autoridades em Nanchong, na província de Sichuan, no sudoeste do país, a mulher desrespeitou as leis de proteção à vida selvagem da China ao comprar o tubarão e consumi-lo posteriormente.

A blogueira, identificada pelas autoridades apenas como Jin e que aparece em seus vídeos como Tizi, pagou 7.700 yuan pelo tubarão na loja online Taobao que pertence ao Alibaba.

Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza, o animal é classificado como uma espécie vulnerável cuja população vem diminuindo drasticamente.

Em julho de 2022, a mulher postou vídeos nas redes sociais Douyin e Kuaishou mostrando um tubarão de aproximadamente 2 metros em uma loja, posando com ele e, posteriormente cozinhando e comendo o animal. O vídeo viralizou na China, com muitas pessoas reclamando da crueldade retratada.

As autoridades em Nanchong começaram a investigar a blogueira em agosto. Testes de DNA de restos de tecido confirmaram que se tratava de um tubarão-branco, que é uma espécie protegida pela lei chinesa. Dois outros indivíduos envolvidos na captura e venda do animal também foram presos.

A China impôs uma proibição total ao comércio e consumo de animais selvagens em fevereiro de 2020 para refrear atividades que, segundo cientistas, poderiam ter causado a migração do coronavírus de animais para humanos.

O consumo de sopa de barbatanas de tubarão já é oficialmente proibido há uma década, mas o consumo de certos animais exóticos e selvagens ou de suas partes ainda é popular devido às alegações, muitas vezes não comprovadas, de que proporcionam benefícios à saúde.

Alguns defensores da vida selvagem dizem que os limites da China não são suficientes e não proíbem atividades como a criação em cativeiro.

-- Com colaboração de Tao Zhang

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