Bloomberg — A mineradora Rio Tinto, principal concorrente da Vale (VALE3), perdeu uma cápsula “altamente radioativa” em algum lugar ao longo de uma rodovia de 1.400 quilômetros através do deserto da Austrália Ocidental.
“Estamos levando esse incidente muito a sério. Reconhecemos que isso é claramente muito preocupante e lamentamos o alarme que causou”, disse o chefe de minério de ferro da Rio Tinto, Simon Trott, em comunicado ao Financial Times neste domingo (29).
A empresa e o governo da Austrália estão tentando localizar a fonte radiativa que tem entre 6 e 8 milímetros de comprimento e contém uma pequena quantidade do isótopo radioativo césio-137, o mesmo que causou um acidente em Goiânia, em 1987, que fez dezenas de vítimas. Embora a notícia tenha surgido originalmente na sexta-feira, o envolvimento da Rio Tinto não tinha se tornado público até este domingo.
O risco para as pessoas em geral é baixo, mas a exposição à substância pode causar queimaduras ou enjôo por radiação, disse o Emergency WA, serviço de emergências da Austrália, em seu site.
A cápsula incluía o componente de um medidor usado para calcular a densidade do minério de ferro. A Rio Tinto disse que a cápsula radioativa foi coletada em uma mina em 12 de janeiro por uma transportadora e deveria chegar a uma instalação de armazenamento de radiação em Perth em 16 de janeiro. A empresa só notou a sua falta quando o seu contêiner foi aberto para inspeção em 25 de janeiro.
O governo da Austrália Ocidental disse que, quando o pacote que continha o dispositivo foi inspecionado, descobriu-se que ele estava “quebrado com um dos quatro parafusos de montagem faltando e a própria fonte e todos os parafusos do medidor também faltando”.
A Rio Tinto, que tem ações listadas em Sydney e Londres, vem reconstruindo sua reputação depois de destruir um local sagrado para os indígenas australianos em 2020 como parte de uma expansão de mina de minério de ferro.
-- Com informações da Bloomberg Línea
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