Bloomberg — O Adani Group vai divulgar uma resposta detalhada às alegações feitas pela americana Hindenburg Research somente após a conclusão de uma nova venda de ações que deve ser feita em 31 de janeiro, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg.
O conglomerado de propriedade da pessoa mais rica da Ásia, Gautam Adani, disse que daria uma resposta detalhada na sexta-feira, de acordo com detentores de títulos que participaram de uma teleconferência com executivos da Adani. Embora tenha respondido a algumas perguntas, a resposta mais longa não se concretizou como esperado.
O grupo preparou uma resposta de mais de 100 páginas e também está buscando aconselhamento jurídico sobre quando divulgá-la, disse uma das pessoas, pedindo para não ser identificada porque a informação é privada. Embora não seja antes de 31 de janeiro, as pessoas não especificaram quando a resposta chegaria.
Um representante do conglomerado se recusou a comentar.
A Hindenburg divulgou seu relatório poucos dias antes de a principal empresa do bilionário, Adani Enterprises, lançar a maior oferta pública primária da Índia, que busca levantar 200 bilhões de rúpias (US$ 2,5 bilhões) para financiar despesas de capital e pagar a dívida de suas várias unidades.
Hindenburg alegou que sua investigação de dois anos encontrou o Adani Group “envolvido em um esquema descarado de manipulação de ações e fraude contábil ao longo de décadas” e chamou a “dívida substancial” do conglomerado. A empresa disse que está operando a descoberto no Adani Group por meio de títulos negociados nos EUA e derivativos não negociados na Índia, e que seu relatório “se refere exclusivamente à avaliação de títulos negociados fora da Índia”.
O grupo perdeu mais de US$ 50 bilhões em valor de mercado em duas sessões, custando ao próprio Adani mais de US$ 20 bilhões, ou cerca de um quinto de sua fortuna total, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.
O Adani Group disse na quinta-feira que estava explorando uma ação legal contra a empresa de pesquisa, chamando o relatório de Hindenburg de “malicioso”, “falso” e “não pesquisado”.
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