Inflação dos Estados Unidos e mais 4 assuntos do Brasil e do mundo

Confira os principais temas que vão ditar o sentimento dos mercados nesta sexta-feira (27)

El sorteo de visas busca promover la migración de países que tienen menos flujos migratorios hacia Estados Unidos. En la fotografía: Compradores en Nueva York
27 de Janeiro, 2023 | 08:10 AM

Bloomberg Línea — Índices mostrando o desempenho da economia dos Estados Unidos seguem dominando as atenções dos investidores nesta sexta-feira (27), em mais um dia de feriado na China.

O destaque hoje recai sobre a inflação medida pelo Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) dos EUA. O número deve ajudar a ditar o ritmo do aperto monetário do Federal Reserve (Fed), cujos membros se reúnem na próxima semana para decidir o rumo da taxa de juros no país.

No noticiário corporativo, a Intel (INTC) divulgou uma previsão trimestral sombria que afeta os mercados nesta manhã, diminuindo o otimismo em relação à abertura da China e à decisão do Fed.

A semana de balanços continua tanto nos EUA quanto no Brasil, com a divulgação dos resultados da Chevron (CVX), da American Express (AXP) e da Jalles Machado (JALL3).

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Na semana que vem, será a vez dos grandes bancos brasileiros divulgarem seus resultados – e a expectativa é de que a crise da Americanas (AMER3) já tenha um impacto nos balanços.

Confira as notícias que devem movimentar os mercados nesta sexta-feira (27):

1. Inflação dos EUA

O índice PCE de dezembro dos Estados Unidos, voltado para o consumo pessoal doméstico e um dos principais indicadores monitorados pelo Fed, será divulgado nesta sexta (27) às 10h30 (horário de Brasília). Na divulgação anterior, referente a novembro, a alta foi de 5,5%. Os dados são acompanhados de perto uma vez que podem afetar diretamente a decisão do Fed sobre a força do aperto monetário.

À Bloomberg News, Erick Muller, chefe de produto e estratégia de investimento da Muzinich & Co, afirmou que as esperanças de um corte na taxa de juros podem ser frustradas.

“Em 1º de fevereiro, provavelmente veremos o Fed dizer ‘estamos entrando na fase final, mas ouçam com atenção, pessoal: continuaremos a aumentar as taxas’, disse Muller. “Muita volatilidade nas taxas vai depender da trajetória da inflação a partir daqui.”

2. O cenário da Intel

A Intel apresentou uma das previsões trimestrais mais sombrias de sua história depois que uma queda na venda de computadores pessoais devastou os negócios da fabricante de chips, derrubando as ações em Nova York e atrasando ainda mais os esforços de uma retomada.

As ações da Intel caíram quase 10% na bolsa de Nova York na quinta-feira (26) ao final do pregão, após o anúncio.

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Além da Intel, os números indicam que a queda na demanda por PCs pode persistir este ano, e os resultados pesaram sobre as ações de fabricantes de chips como Advanced Micro Devices e Nvidia.

3. Mercados

Os índices futuros dos Estados Unidos operam em queda nesta sexta depois da previsão trimestral sombria da Intel.

Mais cedo, as ações asiáticas avançaram pelo sexto dia consecutivo, impulsionadas por novos ganhos nas ações de tecnologia listadas em Hong Kong.

Antes do balanço da Intel na quinta (26), o índice S&P 500 atingiu seu maior fechamento em mais de um mês e o Nasdaq 100 subiu 2%, para uma alta de quatro meses.

As ações dos EUA estão a caminho de seu melhor mês desde julho, enquanto o índice Stoxx, da Europa, ganha quase 7% no ano até agora, com os investidores apostando que o Federal Reserve poderá cortar as taxas até o final do ano.

4. Manchetes do dia

Estadão: Americanas fala em efeito catastrófico de ação de bancos e cita BTG várias vezes à Justiça dos EUA

Folha de S. Paulo: Governo Lula conta com STF e Congresso para mudar Lei das Estatais

O Globo: Presidente do PL diz que havia propostas de decreto golpista ‘na casa de todo mundo’

Valor Econômico: Haddad promete reforma com carga tributária mantida e marco fiscal

5. Agenda

O feriado do Ano Novo continua na China. Nos EUA, os investidores monitoram os dados do PCE de dezembro às 10h30, no horário de Brasília. Por lá, ao meio-dia, é publicada a confiança do consumidor Michigan e o índice Michigan de percepção do consumidor, bem como as vendas pendentes de moradias.

Às 15h acontece a cotagem de sondas Baker Hughes. Para fechar a agenda, às 17h30 são divulgadas as posições líquidas de especuladores no relatório da CFTC para ouro, petróleo, Nasdaq e S&P 500.

No Brasil, também às 17h30, são divulgadas as posições líquidas de especuladores no relatório da CFTC referentes ao real. Já na zona do euro, no mesmo horário, acontece a divulgação das posições líquidas referentes ao euro.

-- Com informações da Bloomberg News

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Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.