Índice Big Mac revela: real está 17,2% mais desvalorizado do que deveria

Índice calculado pela The Economist desde 1986 aponta em que países a a moeda local está mais valorizada do que deveria a partir da comparação do preço do sanduíche

A McDonald's Corp. Big Mac hamburger is arranged for a photograph in Tiskilwa, Illinois, U.S., on Friday, April 15, 2016. McDonald's Corp. is expected to report quarterly earnings on April 22. Photographer: Daniel Acker/Bloomberg
27 de Janeiro, 2023 | 11:51 AM

Bloomberg Línea — O real está subvalorizado em 17,2% quando comparado ao dólar — ao menos é o que aponta a mais nova edição do Índice Big Mac, calculado pela revista The Economist desde 1986.

A publicação considera a teoria da paridade do poder de compra (PPP), segundo a qual “no longo prazo as taxas de câmbio devem se mover em direção à taxa que igualaria os preços de uma cesta idêntica de bens e serviços [nesse caso, o hambúrguer mais célebre do McDonald’s]”.

Ou seja, na teoria, a conversão do preço do Big Mac nos Estados Unidos para o de outros países indicaria qual a taxa de câmbio apropriada. As diferenças para as taxas de câmbio efetivas de cada país sinalizariam se a moeda local está mais ou menos apreciada do que deveria.

O indicador mostra que o lanche mais famoso do McDonald’s custa US$ 5,36 nos Estados Unidos e R$ 22,90 no Brasil (ou US$ 4,52, na cotação atual). Em dezembro de 2012, o mesmo sanduíche custava R$ 10,25 (US$ 5,64 pelo câmbio daquele ano), o que significa que houve uma alta de cerca de 125% no preço nominal em reais em pouco mais de uma década. Nos EUA, o Big Mac custava US$ 4,03 em dezembro de 2012, o que indica que a alta em dez anos no país foi de 33%.

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A taxa de câmbio implícita para o ano de 2022 foi de R$ 4,27 segundo a relação do Big Mac, mas a taxa de câmbio real foi de R$ 5,16. Daí a diferença de 17,2%.

O país com a moeda mais desvalorizada é o Egito, segundo o índice. A libra egípcia tem uma desvalorização de 65,6% em relação ao dólar e tem o Big Mac mais barato de todos os países pesquisados.

A Suíça, por sua vez, é o país com a moeda mais valorizada do mundo do que deveria em relação à divisa norte-americana, de 35,4%, com uma taxa de câmbio implícita de 1,25 versus 0,92 a real.

O Uruguai é o único país da América Latina a ter uma moeda supervalorizada, a 27,8%, sendo também o segundo país com o Big Mac mais caro do mundo, atrás somente da Suíça.

O próximo país da América Latina a aparecer na lista é a Argentina, com o peso argentino subvalorizado em 1%. A Costa Rica, que aparece 10 posições antes do Brasil, tem uma moeda subvalorizada em 7,4%.

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Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.