Bloomberg — A Amazon (AMZN) está vendendo um complexo de escritórios vago na Bay Area, em São Francisco, nos Estados Unidos, comprado há cerca de 16 meses – o mais recente esforço da empresa para desfazer uma expansão da era pandêmica que a deixou com excesso de armazéns e funcionários.
Em outubro de 2021, a Amazon pagou US$ 123 milhões pela propriedade em Milpitas, Califórnia, como parte de uma estratégia para bloquear imóveis perto de grandes cidades que poderiam ser usados para novos armazéns e facilitar o crescimento futuro.
A Dermody Properties LLC, incorporadora de imóveis comerciais com sede em Reno, Nevada, está comprando a propriedade e a converterá em um depósito, disse George Condon, sócio da empresa.
Espera-se que o negócio seja concluído até o final de abril; agora, a Dermody está procurando inquilinos para esses armazéns, disse Condon.
A Amazon deve ter prejuízo com a venda do Metro Corporate Center, de acordo com uma pessoa familiarizada com os termos do negócio, que falou sob condição de anonimato. Outra pessoa disse que o preço final ainda está sendo negociado. Condon se recusou a divulgar o preço de venda.
O mercado de escritórios da Bay Area foi duramente atingido nos últimos dois anos, quando as empresas adotaram o trabalho remoto e abriram mão de imóveis para cortar custos. Quase um quinto do mercado de escritórios está vago, de acordo com um relatório do quarto trimestre da CBRE Group Inc.
A Amazon provavelmente planejava substituir o complexo de escritórios por instalações de entrega, mas esse desenvolvimento foi paralisado em toda a região devido a novos regulamentos municipais e crescentes custos de construção.
“Estamos sempre avaliando nossa rede para garantir que ela atenda às nossas necessidades de negócios”, disse o porta-voz da Amazon, Steve Kelly, em comunicado. “Como parte desse esforço, tomamos a decisão de explorar a venda do Metro Corporate Center. Estamos felizes em continuar fazendo parte da comunidade local e continuaremos entregando para os clientes em nossos dois postos de entrega em Milpitas.”
A decisão da Amazon de vender a propriedade ressalta os riscos de uma nova estratégia imobiliária que a empresa adotou nos últimos anos.
A Bloomberg News informou no ano passado que a empresa estava discretamente comprando imóveis nos Estados Unidos. Os imóveis incluíam prédios existentes e terrenos vazios que a empresa planejava usar para uma nova geração de centros de distribuição que ela própria desenvolveria. Antes, a Amazon contava com desenvolvedores para encontrar propriedades e construir as instalações.
Quando o crescimento das vendas online começou a desacelerar no ano passado, a Amazon passou a recuar em sua estratégia imobiliária, interrompendo o desenvolvimento de um amplo terreno nos arredores de Austin, Texas. Agora, com a venda da Bay Area, a empresa com sede em Seattle começou a descarregar propriedades, sugerindo que os executivos esperam que o crescimento lento perdure.
A Amazon continua abrindo novas instalações – incluindo armazéns em Omaha, Nebraska, e Sioux Falls, Dakota do Sul, no início deste mês – mas em um ritmo mais moderado do que durante a pandemia, quando precisava de todo o espaço que pudesse encontrar.
No ano passado, a gigante varejista iniciou sua maior rodada de cortes de empregos que afetará 18.000 trabalhadores em todo o mundo. A maior empresa de comércio eletrônico do mundo, que deve divulgar seus resultados em 2 de fevereiro, alertou os investidores de que o crescimento das vendas no quarto trimestre seria o mais lento de sua história.
-- Com a colaboração de Natália Wong
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