PIB dos EUA cresce 2,9% no 4º tri, acima das expectativas do mercado

Economistas consultados pela Bloomberg News estimavam um crescimento de 2,6% do PIB da maior economia do mundo

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Bloomberg Línea — O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu 2,9% no quarto trimestre de 2022 em relação ao trimestre anterior, informou o Departamento do Comércio do país nesta quinta-feira (26).

O resultado ficou acima das expectativas do mercado, de crescimento de 2,6%, segundo economistas consultados pela Bloomberg News. No trimestre anterior, o crescimento econômico registrado foi de 3,2%.

O departamento norte-americano afirma que o aumento do PIB real na primeira leitura “refletiu aumentos no investimento em estoque privado, gastos do consumidor, gastos do governo federal, gastos dos governos estaduais e locais e investimento fixo não residencial que foram parcialmente compensados por reduções no investimento fixo residencial e nas exportações”.

Em relação ao terceiro trimestre de 2022, a desacaleração do PIB, segundo o Departamento do Comércio, se deu por conta da redução nas exportações e do investimento fixo não residencial, bem como pelos gastos dos governos estaduais e locais e nos gastos do consumidor. As importações diminuíram menos no quarto trimestre do que no terceiro trimestre.

Em 2022, na comparação ano a ano, o PIB aumentou 2,1%. Em 2021, o aumento foi de 5,9%.

O relatório também mostrou alguns sinais de estresse para os consumidores americanos cujos salários não conseguiram acompanhar a inflação e continuou a incentivá-los a sacar as economias acumuladas nos programas governamentais de alívio à pandemia. O fardo de preços elevados e custos de empréstimos mais altos está aumentando, apontando para uma perspectiva tênue para a economia.

A última pesquisa mensal da Bloomberg mostra que os economistas veem a economia encolhendo no segundo e terceiro trimestres, colocando em 65% o risco de uma recessão no próximo ano.

Dados recentes mostram que as rachaduras estão se desenvolvendo de forma mais ampla. Os dados das vendas de varejo e veículos motorizados mostraram que as famílias estão começando a se retrair, o mercado imobiliário continua a enfraquecer e algumas empresas estão reconsiderando os planos de gastos de capital.

Enquanto o Federal Reserve (Fed) continua a aumentar as taxas de juros para garantir que a inflação seja extinta, a habitação e a manufatura se deterioraram rapidamente, enquanto setores como bancos e tecnologia estão realizando demissões em massa.

O relatório do PIB mostrou que o índice de preços de gastos de consumo pessoal, uma importante métrica de inflação para o Fed, subiu a uma taxa anualizada de 3,2% no quarto trimestre, abaixo do ritmo de 4,3% nos três meses anteriores.

O núcleo do índice que exclui alimentos e energia subiu a uma taxa de 3,9% em comparação com ritmos de 4,7% nos dois trimestres anteriores. Os dados mensais de dezembro serão divulgados na sexta-feira (27).

A moderação nas pressões de preços é consistente com as previsões de que o Fed reduzirá ainda mais sua campanha de aperto na próxima semana, quando deverá aumentar as taxas em 25 pontos-base. Os formuladores de políticas aumentaram a taxa de referência em 50 pontos em dezembro, após aumentos de 75 pontos-base nas quatro reuniões anteriores.

-- Com informações de Bloomberg News

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