São Paulo — A lista de credores da Americanas (AMER3), enviada à 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro, no contexto de seu processo de recuperação judicial, revela dívidas milionárias do grupo varejista com multinacionais que atuam nos setores de higiene e beleza, como as gigantes de bens de consumo como a anglo-holandesa Unilever (UL) e a norte-americana P&G (Procter & Gamble, PG).
Marcas tradicionais reconhecidas pelo consumidor brasileiro, como Seda, Dove, Lux, Rexona, OMO, Comfort, Brilhante e CIF, ocupam espaço de destaque nas prateleiras dedicadas a produtos de higiene e beleza das unidades da Americanas espalhadas pelo país e em seu marketplace. A Unilever também é dona de marcas de alimentos famosas como Hellmann’s, Maizena, Knorr e Kibon.
Segundo o documento judicial, a Americanas tem uma dívida de quase R$ 42 milhões com a Unilever Brasil. Já a P&G possui, segundo a lista, débitos de R$ 53,3 milhões com o grupo varejista brasileiro. Em seu portfólio, há marcas como Pantene, Gillete, Head&Shoulders, Old Spice, Pampers, Ariel, Always, Oral-B, Vick, ClearBlue, Aussie, Herbal Essences, Metamucil, entre outros.
Procuradas por Bloomberg Línea, as duas multinacionais não responderam imediatamente ao pedido de comentários.
Editoras
Além de fornecedores de produtos de higiene e beleza, a Americanas também tem em sua lista de credores outros parceiros em áreas em que começou a apostar nos últimos anos, como o mercado editorial.
Em setembro de 2021, a Americanas comprou a plataforma de leitura Skoob Books, uma rede social de leitores com uma base declarada de então 8 milhões de usuários. A transação, feita por meio da IF Capital, braço de fusões e aquisições da varejista, se encaixava no plano da Americanas de impulsionar a venda de livros, principalmente por meio do site Submarino.
O grupo varejista tem dívidas, segundo a lista, com as principais editoras do país, como a Companhia das Letras (R$ 7,2 milhões), Rocco (R$ 3,7 milhões), Intrínseca (R$ 5,9 milhões), Planeta (R$ 2,3 milhões), Nova Fronteira (R$ 2,9 milhões), FTD (R$ 2,9 milhões), Ciranda Cultural (R$ 2,2 milhões), Universo dos Livros (R$ 1,2 milhões), Editora Globo (R$ 834,1 mil), Panini (R$ 5 milhões), dos álbuns de figurinha da Copa do Mundo, entre outras.
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