Bloomberg Línea — O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial do país, teve alta de 0,55% em janeiro, acima do que o esperado pelo mercado financeiro. Os dados foram divulgados na manhã desta terça-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No período, todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta. Os maiores impactos vieram de saúde e cuidados pessoais (1,10%) e alimentação e bebidas (0,55%), segundo o IBGE.
Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumulou alta de 5,87%, abaixo dos 5,90% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2022, o IPCA-15 foi de 0,58%.
A expectativa mediana de economistas consultados pela Bloomberg News era de alta de 0,51% na comparação mensal, após avanço de 0,52% na medição anterior. Na base anual, a expectativa era de alta de 5,83%, contra 5,90% em dezembro.
O índice pode influenciar a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne na próxima semana, nos dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro, em meio à piora de expectativas de inflação com riscos fiscais e críticas do presidente Lula ao Banco Central e às metas.
Na segunda-feira (23), os juros futuros subiram depois que o relatório Focus, do Banco Central, mostrou piora nas projeções para a inflação em 2023 e 2024. O levantamento apontou para IPCA de 5,48% este ano, ante projeção anterior de 5,39%. Já para 2024, as estimativas foram elevadas de 3,70% para 3,84%.
Com preços elevados por mais tempo, os economistas consultados pelo BC elevaram as projeções para a Selic em 0,25 ponto percentual, para uma taxa de 9,50% ao fim de 2024.
Principais impactos
Segundo o IBGE, o grupo saúde e cuidados pessoais acelerou de 0,40%, em dezembro, para alta de 1,10% em janeiro, influenciado principalmente pela alta nos preços dos itens de higiene pessoal (1,88%). Perfume (4,24%) e produtos para pele (3,85%) tiveram as altas mais expressivas.
Além disso, os planos de saúde mantiveram a variação do mês anterior, com alta de 1,21%, refletindo a incorporação da fração mensal dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023.
No caso do grupo de alimentação e bebidas, as maiores altas vieram de alimentos como batata-inglesa (15,99%), tomate (5,96%), arroz (3,36%) e frutas (1,74%), que provocaram um aumento de 0,61% nos preços dos alimentos para consumo no domicílio.
-- Com informações da Bloomberg News
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