Levi’s: o que os dados da gigante de jeans dizem sobre os hábitos da Geração Z

Analistas de Wall Street acompanham com atenção informações da empresa como termômetro da demanda e, em particular, de consumidores jovens

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Bloomberg — Wall Street está cada vez mais cautelosa em relação à Levi Strauss & Co. antes de seu resultado de lucros trimestrais em meio a sinais de que a demanda por jeans está esfriando.

O analista do JPMorgan Matthew Boss tornou-se o terceiro analista neste mês a rebaixar a nota da fabricante de jeans quando cortou sua classificação de overweight para neutra nesta segunda-feira (23).

Enquanto adultos ainda compram jeans em lavagens mais escuras e cortes mais largos nas pernas, os consumidores mais jovens estão optando por calças cargo, sarja e outros estilos de calça, Boss escreveu em um relatório citando pesquisas de campo recentes.

O rebaixamento do analista do JPMorgan ocorre logo após os cortes do Citi e do Bank of America. No início do mês, o analista do Citi Paul Lejuez disse que uma das principais conclusões das reuniões com executivos de empresas como a Abercrombie & Fitch foi a rapidez com que a tendência das calças mudou do denim durante a temporada de volta às aulas de 2022 e durante as férias.

A classificação de consenso da Levi’s - um proxy para sua proporção de recomendações de compra, manutenção e venda - está agora no nível mais baixo desde abril de 2020.

A ação tem sete recomendações de compra, cinco de manutenção e nenhuma venda entre analistas rastreados pela Bloomberg. O preço-alvo médio do analista de US$ 19,60 implica um potencial de retorno de cerca de 17% nos próximos 12 meses.

As ações da Levi’s subiam mais de 3,5%, para perto de US$ 17,00, nesta segunda-feira, em alta pela segunda sessão consecutiva depois de cair por seis dias.

As ações subiram cerca de 9% até agora neste ano, refletindo o avanço do S&P 500 Consumer Discretionary Index, após uma queda de 38% para ambos em 2022.

A fabricante de jeans divulgará os resultados fiscais do quarto trimestre após o fechamento dos mercados na quarta-feira (25), e Wall Street estará prestando muita atenção às perspectivas da empresa para o ano fiscal de 2023.

O analista da Stifel Jim Duffy espera que as margens fiquem sob pressão no primeiro semestre do ano, após as promoções de vendas durante as festas de fim de ano e janeiro.

Ainda assim, Duffy, que tem uma recomendação de compra da Levi, prevê que os ganhos vão melhorar na segunda metade do ano fiscal de 2023 – depois que a empresa reduzir os seus elevados níveis de estoque e com a redução esperada dos custos das commodities.

- Com a colaboração de Katrina Lewis.

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