Bloomberg Línea — A crise da Americanas (AMER3) continua a repercutir no sistema financeiro. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) informou no fim de tarde desta segunda-feira (23) que determinou a execução das fianças bancárias relativas aos empréstimos concedidos à empresa.
Segundo informações do site do BNDES, há duas operações com o status de “ativo” com a Americanas, ambas firmadas em 2018. Uma no valor contratado de R$ 1,490 bilhão, e outra, de R$ 910 milhões, somando R$ 2,4 bilhões. São linhas referentes a investimentos para o varejo e em inovação.
Mas o valor efetivamente desembolsado foi menor, de acordo com o site: R$ 1,17 bilhão.
Não foram divulgados os bancos que concederam a fiança para as duas operações.
Segundo o BNDES, as fianças bancárias servem como garantia para a totalidade da dívida, o que significa que o banco estatal de fomento não terá mais exposição à Americanas.
A empresa varejista entrou com pedido de recuperação judicial na última quinta-feira (19), declarando cerca de R$ 43 bilhões em dívidas e 16.300 credores, que não poderão executá-las nem bloquear valores correspondentes pelo prazo de 180 dias, que pode ser prorrogado.
As fianças são oferecidas por bancos terceiros, de modo que a medida não interfere na proteção obtida no mesmo dia pela empresa junto à Justiça do Rio de Janeiro.
Bancos privados estão entre os principais credores da Americanas, segundo relatório do Citi.
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