Ações dos EUA não precificam dados fracos, defende Morgan Stanley

Otimismo recente em torno de um Federal Reserve menos agressivo, reabertura da China e um dólar mais fraco já estão precificados nas ações, escreve analista

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Bloomberg — A melhora do sentimento em relação às ações dos Estados Unidos está em desacordo com um cenário de enfraquecimento dos dados econômicos e balanços. Ao menos é o que acredita o estrategista do Morgan Stanley (MS), Michael Wilson.

Um dos pessimistas mais barulhentos sobre as ações dos EUA alertou nesta segunda-feira (23) que a queda dos indicadores prospectivos se traduzirá em uma recessão de lucros e acabará atingindo os mercados norte-americanos. O otimismo recente em torno de um Federal Reserve (Fed) menos agressivo, a reabertura da China e um dólar mais fraco já estão precificados nas ações, escreveu ele em nota.

“A questão é quando os índices de ações avaliarão a fraqueza atual nos principais dados e a eventual fraqueza nos dados concretos?”, disse o estrategista, que ficou em primeiro lugar na pesquisa de investidores institucionais do ano passado. “Achamos que é neste trimestre.”

A visão de Wilson serve como um sinal de alerta depois que o índice S&P 500 subiu quase 11% desde meados de outubro em sua recuperação do mercado de baixa do ano passado. O benchmark parece caro em comparação com os níveis históricos médios, uma vez que as estimativas de ganhos vêm caindo há meses.

Os balanços também são uma preocupação para o estrategista do JPMorgan Chase (JPM) Mislav Matejka, que observa que o ambiente será particularmente desafiador este ano, com o poder de precificação das empresas começando a reverter, assim como as margens estão perto do recorde nos EUA e na Europa.

“Mesmo que as empresas não decepcionem no quarto trimestre de 2022, não acreditamos que as atualizações de EPS ocorram no primeiro semestre deste ano”, escreveu Matejka em nota.

-- Com a ajuda de Farah Elbahrawy

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