Bloomberg — Com as incertezas geradas pela troca no governo, a Ibiuna Investimentos zerou as já reduzidas posições em Banco do Brasil (BBAS3), mas optou por se manter aplicada em Petrobras (PETR3; PETR4), ainda que reconheça os vários ruídos em torno da empresa. A avaliação é a de que a probabilidade de mudanças estruturais dentro da estatal de petróleo é baixa, disse o gestor de renda variável, André Lion, em entrevista à Bloomberg News.
Lion é responsável por três famílias de fundos focados em renda variável local e que totalizam quase R$ 3 bilhões dos cerca de R$ 37 bilhões geridos pela gestora.
No caso de Petrobras, ele afirma que a ação está desvalorizada e já embute uma série de riscos no preço.
“O papel tem muito para corrigir se o cenário não for tão ruim”, disse Lion. Para ele, ainda que mudanças tendam a ocorrer na estatal com o novo governo, grandes alterações estruturais não são o cenário base. Com relação ao Banco do Brasil, ele afirma que a gestora prefere não ter bancos estatais de forma geral.
Lion explicou que, diante de uma desaceleração econômica adiante em decorrência da política monetária, a Ibiuna preferiu se posicionar de forma setorialmente neutra e “busca modelos de negócio que não dependam de crescimento”. Ele citou BB Seguridade (BBSE3), Cielo (CIEL3) e Itaú (ITUB4) no setor financeiro; Assaí (ASAI3) e Vamos (VAMO3) em consumo; e Sabesp (SBSP3) entre utilities.
“A Sabesp tem valuation ‘ok’, um controlador [o governo do estado de São Paulo] que sinaliza para a desestatização e parece direcionada à eficiência. É uma história que fica de pé”, disse.
Entre as commodities, o gestor disse que os fundos sob sua gestão têm uma pequena posição em Gerdau (GGBR4) e Vale (VALE3), mas ainda avalia o que considera ser uma delicada equação entre uma “reabertura sem volta” na China e o freio no crescimento do setor imobiliário.
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