Petrobras descartada? Ibiuna rema contra a maré e vê risco menor de mudança

Gestora explica por que zerou posições em Banco do Brasil, mas manteve posições na petrolífera estatal apesar de sinalizações de mudanças do novo governo

Ação da Petrobras está desvalorizada e já embute uma série de riscos no preço, diz André Lion, gestor da Ibiuna
Por Barbara Nascimento
20 de Janeiro, 2023 | 12:47 PM

Bloomberg — Com as incertezas geradas pela troca no governo, a Ibiuna Investimentos zerou as já reduzidas posições em Banco do Brasil (BBAS3), mas optou por se manter aplicada em Petrobras (PETR3; PETR4), ainda que reconheça os vários ruídos em torno da empresa. A avaliação é a de que a probabilidade de mudanças estruturais dentro da estatal de petróleo é baixa, disse o gestor de renda variável, André Lion, em entrevista à Bloomberg News.

Lion é responsável por três famílias de fundos focados em renda variável local e que totalizam quase R$ 3 bilhões dos cerca de R$ 37 bilhões geridos pela gestora.

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No caso de Petrobras, ele afirma que a ação está desvalorizada e já embute uma série de riscos no preço.

“O papel tem muito para corrigir se o cenário não for tão ruim”, disse Lion. Para ele, ainda que mudanças tendam a ocorrer na estatal com o novo governo, grandes alterações estruturais não são o cenário base. Com relação ao Banco do Brasil, ele afirma que a gestora prefere não ter bancos estatais de forma geral.

Lion explicou que, diante de uma desaceleração econômica adiante em decorrência da política monetária, a Ibiuna preferiu se posicionar de forma setorialmente neutra e “busca modelos de negócio que não dependam de crescimento”. Ele citou BB Seguridade (BBSE3), Cielo (CIEL3) e Itaú (ITUB4) no setor financeiro; Assaí (ASAI3) e Vamos (VAMO3) em consumo; e Sabesp (SBSP3) entre utilities.

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“A Sabesp tem valuation ‘ok’, um controlador [o governo do estado de São Paulo] que sinaliza para a desestatização e parece direcionada à eficiência. É uma história que fica de pé”, disse.

Entre as commodities, o gestor disse que os fundos sob sua gestão têm uma pequena posição em Gerdau (GGBR4) e Vale (VALE3), mas ainda avalia o que considera ser uma delicada equação entre uma “reabertura sem volta” na China e o freio no crescimento do setor imobiliário.

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