Google corta 12 mil empregos em redução de 6% da força de trabalho global

Redução do número de funcionários do Google segue a pressão dos investidores para adotar uma estratégia mais agressiva para conter os gastos

Empresa se junta a outras gigantes de tecnologia no corte de gastos
Por Julia Love - Davey Alba - Mark Bergen
20 de Janeiro, 2023 | 07:59 AM

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Bloomberg — A controladora do Google, a Alphabet (GOOG), vai cortar 12 mil empregos, ou mais de 6% de sua força de trabalho global, em mais um capítulo da recente onda de demissões no setor de tecnologia após anos de crescimento abundante e contratações.

Em um e-mail enviado aos funcionários da companhia nesta sexta-feira (20), o CEO Sundar Pichai disse que os cortes afetarão os empregos em todo o mundo e na empresa como um todo. No texto, ele assume “total responsabilidade pelas decisões que nos levaram até aqui”.

Com as demissões, o Google se junta a uma série de outros gigantes da tecnologia que reduziram drasticamente as operações em meio a uma economia global mais fraca e uma inflação crescente. A Meta Platforms (META), o Twitter e a Amazon (AMZN) também fizeram cortes.

Graças a um motor de pesquisa resiliente, o Google tem sido um dos maiores redutos de tecnologia, evitando grandes reduções na força de trabalho.

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Mas a empresa está lidando com uma desaceleração na publicidade digital e sua divisão de computação em nuvem continua atrás da Amazon e da Microsoft (MSFT).

“Estes são momentos importantes para aprimorar nosso foco, reestruturar nossa base de custos e direcionar nosso talento e capital para nossas maiores prioridades”, escreveu Pichai no e-mail.

Ele disse que a empresa tem uma “oportunidade substancial à nossa frente” com inteligência artificial, uma área-chave de investimento em que o Google está enfrentando um aumento na concorrência recente.

Em outubro, a empresa reportou ganhos e receitas que ficaram aquém das expectativas dos analistas. O lucro caiu 27%, para US$ 13,9 bilhões, em comparação com o ano anterior.

Na época, Pichai disse que o Google reduziria suas despesas e a diretora financeira Ruth Porat disse que o número de novos empregos cairia mais da metade no quarto trimestre em relação ao período anterior.

A redução do número de funcionários do Google segue a pressão dos investidores para adotar uma estratégia mais agressiva para conter os gastos.

Em novembro, a TCI Fund Management Ltd. instou a gigante das buscas na Internet em uma carta aberta a definir publicamente uma meta de margens de lucro, aumentar a recompra de ações e reduzir as perdas em seu portfólio de Other Bets, unidade que investe em vários projetos, como carro autônomo, por exemplo.

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“A empresa tem muitos funcionários e o custo por funcionário é muito alto”, disse o diretor administrativo da TCI, Chris Hohn, observando que o número de funcionários da Alphabet aumentou 20% ao ano desde 2017.

De acordo com a consultoria de recursos humanos Challenger, Gray & Christmas Inc., o maior número de cortes de empregos em 2022 foi no setor de tecnologia – 97.171 no ano, um aumento de 649% em relação ao ano anterior.

O Google fez uma série de medidas para cortar custos nos últimos meses, cancelando a próxima geração de seu laptop Pixelbook e fechando permanentemente o Stadia, seu serviço de jogos em nuvem.

No início de janeiro, a Verily, uma unidade de biotecnologia da Alphabet, disse que estava demitindo 15% de sua equipe.

Pichai disse que a Alphabet pagaria aos funcionários afetados 16 semanas de indenização e seis meses de benefícios de saúde nos Estados Unidos, com outras regiões recebendo pacotes com base nas leis e práticas locais.

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