Bloomberg — A quebra da corretora de criptomoedas Genesis Global, do empresário Barry Silbert, que entrou com um pedido de recuperação judicial na quinta-feira (19), pode não ter abalado os mercados de cripoativos como a implosão da FTX de Sam Bankman-Fried. Mas a dívida da empresa com os principais credores é igualmente grande, e chega a US$ 3,4 bilhões no total (aproximadamente de R$ 17,8 bilhões).
O processo do Capítulo 11 da Genesis -- como a recuperação judicial é chamada nos EUA -- listou sete credores com saldo de pelo menos US$ 100 milhões a receber. De longe, o maior é uma reivindicação de US$ 766 milhões relacionada a clientes da exchange cripto Gemini, que têm dinheiro preso à unidade de empréstimo da Genesis. Entidades vinculadas à FTX têm 10 reivindicações de mais de US$ 100 milhões, de acordo com uma lista redigida arquivada no sábado.
Ao todo, a Genesis deve US$ 3,4 bilhões a seus 50 principais credores. No processo da FTX, esse valor chega a US$ 3,1 bilhões. Embora alguns dos maiores credores da Genesis tenham sido redigidos no processo, abaixo está uma lista dos principais nomes:
A Babel Finance, listada como a terceira maior credora da Genesis com US$ 150 milhões a receber, está entre as empresas de criptomoedas forçadas a congelar saques em meados de 2022, quando uma onda de falências atingiu o setor de criptomoedas.
A empresa, apoiada pela Sequoia Capital China, foi forçada a se reestruturar depois que sua mesa de negociação registrou grandes perdas.
Del Wang, o CEO da Babel Finance listado como um contato no processo da Genesis, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Outro grande credor da Genesis é a Mirana, a unidade de investimento da exchange cripto Bybit, listada como devendo quase US$ 152 milhões.
O balanço patrimonial da Mirana é separado do da Bybit, de acordo com um porta-voz da Bybit, que acrescentou que os ativos dos clientes da Mirana são “segregados” e “isolados”.
A Genesis também deve US$ 45,9 milhões ao Claure Group LLC, empresa de investimentos do magnata boliviano Marcelo Claure. Claure, o ex-vice do fundador do SoftBank, Masayoshi Son, não é estranho a empresas problemáticas — ele foi encarregado de limpar o talvez mais famoso desastre do SoftBank: a startup de coworking WeWork. Claure não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários.
A controladora Digital Currency Group estava em negociações confidenciais com vários grupos de credores em meio a uma crise de liquidez. A Genesis havia alertado que a falência era possível se não conseguisse levantar dinheiro.
--Com a colaboração de Ana Irrera
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