Unicórnio espanhol Domestika enxuga escritórios um ano após captar US$ 110 mi

A Bloomberg Línea apurou que os cortes afetaram os escritórios de produção local de cursos no Brasil, Peru, Chile e Argentina

A Domestika está analisando a possibilidade de consolidar a produção de cursos em português a partir de Madri, na Espanha
18 de Janeiro, 2023 | 04:34 PM

Bloomberg Línea — O unicórnio espanhol de educação Domestika realizou cortes no Brasil e em outros países da América Latina em um movimento de enxugamento global da equipe. A redução ocorre um ano depois de a Domestika, uma plataforma de cursos online, ter sido avaliada em US$ 1,3 bilhão em janeiro de 2022, quando recebeu US$ 110 milhões de em uma Série D liderada pela Zeev Ventures com apoio da GSV Ventures.

A Bloomberg Línea apurou que, além do Brasil, os cortes afetaram os escritórios de produção local no Peru, Chile e Argentina. No México, mesmo com o provável enxugamento da equipe, a produção de cursos no país deve ser mantida.

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Em nota enviada à Bloomberg Línea, Rodrigo Ferreira, country manager da Domestika no Brasil, disse que por questões de eficiência operacional, a Domestika “está analisando a possibilidade de consolidar a produção de cursos em português a partir de Madri, na Espanha”.

“Consequentemente, caso a decisão fosse finalmente adotada, isso implicaria no fechamento dos estúdios de gravação em São Paulo, e um percentual ainda não definido dos atuais 26 funcionários da Domestika Brasil seriam afetados”, afirma.

Pessoas familiarizadas com as operações da Domestika ouvidas pela Bloomberg Línea disseram que cortes teriam sido feitos na terça-feira (17) e que apenas Ferreira teria permanecido na operação do Brasil. A empresa não comenta.

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De acordo com Ferreira, o processo de revisão está acontecendo neste momento, a partir da sede nos Estados Unidos, com colaboração das lideranças no Brasil. A Domestika disse ter mais de 500 funcionários no mundo.

Segundo o executivo, “em nenhum caso isso alteraria o compromisso da Domestika com o mercado brasileiro, onde continuará marcando presença, colaborando com os melhores profissionais do país, desenvolvendo parcerias e ações comerciais, incluindo a produção de cursos em português”.

Não é o primeiro corte realizado pela Domestika. A empresa já tinha feito desligamentos no Brasil em março de 2022. Na época, os funcionários não eram contratados como regime CLT, motivo pelo qual a Domestika está sendo processada por ex-funcionários que reclamam o vínculo trabalhista com a empresa. Nos últimos meses, a empresa tinha registrado seus funcionários no Brasil conforme a lei trabalhista.

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Isabela  Fleischmann

Jornalista brasileira especializada na cobertura de tecnologia, inovação e startups