Bloomberg — Com a expansão de suas tropas para 1,5 milhão de soldados, a Rússia abrirá novos comandos na parte oeste de seu território. As posições mais próximas da Europa se encaminham enquanto pioram as tensões com os Estados Unidos e seus aliados devido à Guerra na Ucrânia.
As novas estruturas serão criadas nas regiões ao redor de Moscou, São Petersburgo e Karelia, na fronteira com a Finlândia, conforme informou o Ministro da Defesa Sergei Shoigu a seus comandantes nesta terça-feira (17), e devem começar neste ano se estendendo até 2026. Além disso, o ministro informou que serão criadas unidades “autossuficientes” nos territórios ucranianos que a Rússia anexou ilegalmente.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que essa expansão militar responde à “guerra por procuração” que, em sua avaliação, está sendo conduzida pelos EUA e seus aliados contra a Rússia na Ucrânia, conforme a agência de notícias russa Interfax. Kiev e seus aliados estão lutando para defender-se da invasão russa vizinho desde fevereiro de 2022.
O presidente da Rússia Vladimir Putin aprovou em dezembro o plano de Shoigu de expandir o efetivo militar, mas o Kremlin não disse em que velocidade isso acontecerá. Shoigu prevê que a expansão se dará em todas as divisões militares da Rússia e será combinada com a entrega de novas armas para equipá-las, conforme comunicado do Ministério da Defesa, segundo a agência de notícias russa Interfax.
A Rússia criará três novas infantarias motorizadas e duas divisões aerotransportadas, combinando diversas brigadas, disse Shoigu em comentários postados em um canal Telegram do ministério. Ele também pediu atenção especial para o recrutamento de soldados contratados para preencher as fileiras da expansão militar.
Desde que ordenou a invasão à Ucrânia, há quase um ano, Putin tem planos para reverter anos de reduções nas fileiras do exército russo. O Kremlin não disse como recrutará as novas tropas, mas propôs aumentar a faixa etária para ampliar o número de homens elegíveis para o alistamento.
A Rússia tem repetidamente afirmado que planeja aumentar os destacamentos no noroeste, em resposta a uma expansão ainda pendente da OTAN, com Finlândia e Suécia na espera para a adesão, enquanto seus pedidos foram ratificados por 28 dos 30 membros da aliança. A entrada dos países nórdicos no bloco militar dobraria sua fronteira terrestre com a Rússia.
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