Bloomberg — O presidente do Credit Suisse (CS), Axel Lehmann, alertou que os funcionários devem se preparar para cortes de bônus após um ano difícil que forçou o credor a recorrer aos acionistas para obter mais recursos.
“Foi um ano horrível para o Credit Suisse ”, disse Lehmann em entrevista à Bloomberg TV no Fórum Econômico Mundial em Davos. “Por isso acho que as pessoas terão expectativas realistas de que não será [um cenário] muito bom” para os bônus.
A Bloomberg News informou no início deste mês que o Credit Suisse estaria considerando cortar o montante dos bônus de 2022 pela metade. O banco provavelmente divulgará outro prejuízo trimestral em meio a bilhões de dólares em resgates de clientes.
Lehmann tenta apaziguar os acionistas mostrando moderação nos bônus, ao mesmo tempo em que tenta manter profissionais valiosos da área de banco de investimento que planeja desmembrar, e de private banking em regiões de crescimento como o Oriente Médio e Ásia.
A instituição financeira tem lutado para conter um êxodo de talentos em meio a especulações sobre seu futuro.
“Por um lado, você tem a questão da retenção e, também, temos muitas partes do grupo que estão indo muito bem”, disse nesta terça-feira (17).
“É preciso compensar um pouco de forma justa e olhar para a perspectiva dos acionistas. Quando você sofre grandes perdas, fica claro que o orçamento também é cortado em bônus.”
O Credit Suisse não está sozinho em sinalizar bônus mais baixos, embora as reduções no credor suíço provavelmente serão mais acentuadas do que em seus pares de Wall Street.
JPMorgan (JPM), Bank of America (BAC) e o Citigroup (C) avaliam planos de corte de bônus na área do banco de investimento em até 30%, de acordo com pessoas com conhecimento das deliberações internas.
Uma redução pela metade deixaria o total de bônus do Credit Suisse para 2022 em cerca de 1 bilhão de francos (US$ 1,1 bilhão), em comparação com 2,9 bilhões de francos dois anos antes. O credor suíço já havia reduzido a remuneração variável referente a 2021 em mais de 30%.
Ao mesmo tempo, o Credit Suisse demonstrou disposição em fazer pagamentos extras fora da rodada regular de bônus para reter os melhores funcionários.
O banco distribuiu mais de US$ 300 milhões em um único mês no ano passado para reter alguns executivos. Para a rodada de bônus de 2021, deu à sua equipe sênior um prêmio adicional de longo prazo para tentar amortecer o golpe dos cortes.
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