Bloomberg Línea — O processo de negociação da Americanas (AMER3) com credores no país e no exterior terá um novo representante: será o grupo financeiro britânico Rothschild & Co, segundo informou a empresa em fato relevante na tarde desta segunda-feira (16).
Até este momento, a negociação da Americanas com credores vinha sendo conduzida apenas pelo ex-CEO da empresa Sergio Rial, em nome dos principais acionistas, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Não foi informado se haverá alguma alteração no papel de Rial nas conversas.
A Americanas, com cerca de R$ 40 bilhões em dívidas depois da revelação de “inconsistências contábeis” da ordem de R$ 20 bilhões na última quarta-feira (11), tenta chegar a um acordo com bancos para o alongamento de dívidas para evitar um pedido de recuperação judicial.
Neste meio tempo, no entanto, já recebeu notificação extrajudicial de antecipação do vencimento de dívidas e buscou uma liminar na Justiça do Rio de Janeiro para se proteger de bloqueios, sequestros e penhoras pelo prazo de 30 dias - ela foi concedida na última sexta-feira (13).
O BTG Pactual (BPAC11), um dos credores da Americanas com R$ 1,9 bilhão a receber, conseguiu compensar R$ 1,2 bilhão desse valor e entrou com agravo de instrumento no fim de semana para obter um efeito suspensivo dessa liminar obtida pela companhia.
“A Americanas reforça seu compromisso na busca de uma solução de curto prazo com os seus credores. Todos os órgãos sociais (conselho, diretoria e comitês) estão trabalhando conjuntamente com o objetivo de manter as operações da companhia de forma adequada”, disse a empresa no comunicado nesta segunda.
“O Conselho de Administração, tão logo se deu conta das inconsistências contábeis, sinalizou o compromisso em divulgar a apuração e o trabalho de retificação dos números, com seu auditor externo atual [a PwC].”
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