Bilionários a caminho de Davos - e ausentes - refletem nova ordem global

Guerra na Ucrânia baniu oligarcas russos do encontro anual da elite capitalista, assim como a pandemia de covid afastou empresários chineses do evento

O empresário indiano Gautam Adani será um dos bilionários sob os holofotes no Fórum de Davos de 2023 (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)
Por Devon Pendleton
15 de Janeiro, 2023 | 03:50 PM

Bloomberg — Não faz muito tempo que os bilionários russos eram presença constante em Davos, tão comuns quanto os puffer coats da Moncler.

Neste ano é zero - a presença dos russos. A guerra na Ucrânia e o ostracismo da Rússia pelo Ocidente efetivamente baniram os oligarcas da confabulação anual das elites capitalistas.

Após dois anos de interrupção da pandemia, o Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) está de volta ao seu cenário alpino invernal, de 16 a 20 de janeiro. Mas a composição da lista de convidados bilionários é diferente desta vez, refletindo a agitação global que remodelou fortunas e mudou os centros de poder em meio a guerras, pandemias e inflação crescente.

Havia 116 bilionários inscritos para participar do evento deste ano, 40% a mais do que uma década atrás. Mas as ausências sobressaem. Além dos russos, não há nenhum da China neste ano, com o país ainda se recuperando de um aumento nos casos de covid e do mercado de ações sem brilho que apagou US$ 224 bilhões das fortunas das pessoas mais ricas do país em 2022.

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Ajudando a preencher o vazio, por outro lado, está um aumento no número de bilionários vindos do Golfo Pérsico, uma região com suposta arrogância recém-descoberta graças ao aumento dos preços do petróleo e uma reputação de bolsão de relativa estabilidade em uma área turbulenta.

A Índia, uma presença consistentemente grande em Davos nos anos anteriores, terá 13 bilionários presentes, incluindo o magnata do carvão que se tornou um empresário industrial de portfólio diversificado Gautam Adani, cuja riqueza disparou US$ 44 bilhões no ano passado.

Ele é atualmente a quarta pessoa mais rica do mundo, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index. Quase um terço de todos os filipinos presentes tem fortunas de 10 dígitos.

Os americanos, como sempre, formam o maior grupo, com 33 bilionários com presença confirmada para participar, incluindo titãs corporativos que faltaram ao evento do ano passado, que foi adiado para maio. Wall Street, em particular, estará bem representada, com o CEO do JPMorgan Chase (JPM), Jamie Dimon, Larry Fink, da BlackRock, e Steve Schwarzman, da Blackstone, entre os convidados.

Apesar da proximidade com a estação de esqui suíça, apenas 18 bilionários europeus estão registrados para ir. Os únicos participantes do Reino Unido atingido pela recessão são na verdade indianos: Lakshmi Mittal, com sede em Londres, da gigante do aço ArcelorMittal, e seus filhos.

A contagem total seria maior se não fossem pelos mercados mundiais em queda. Por exemplo, Gong Yingying, fundador da plataforma de dados médicos Yidu Tech, cunhou uma fortuna de bilhões de dólares com uma oferta pública no auge da covid em 2021. As ações da empresa caíram 90% desde então.

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