Ex-ministro de Bolsonaro é preso em investigação sobre invasões em Brasília

Anderson Torres, cuja prisão foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, negou qualquer envolvimento nos ataques do dia 8 de janeiro

Polícia Federal encontrou na casa de Torres uma minuta de decreto para alterar inconstitucionalmente o resultado das eleições de outubro
Por Vinícius Andrade e Daniel Carvalho
14 de Janeiro, 2023 | 11:14 AM

Bloomberg — O ministro da Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro, Anderson Torres, foi preso pela polícia federal em meio a uma investigação sobre seu envolvimento nas invasões em Brasília em 8 de janeiro.

Torres foi preso neste sábado (14) após chegar a Brasília de férias nos Estados Unidos. Torres, cuja prisão foi ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, negou qualquer envolvimento nos ataques que danificaram prédios do governo e testaram a liderança do novo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Rodrigo Roca, advogado de Torres, não estava imediatamente disponível para comentar a prisão.

Após a transferência do poder para Lula em 1º de janeiro, Torres havia sido nomeado secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, mas foi demitido pelo governador Ibaneis Rocha em menos de uma semana, quando manifestantes pedindo intervenção militar invadiram o palácio presidencial, o Congresso e os principais prédios do tribunal em Brasília. Horas depois, Moraes suspendeu Rocha do cargo por 90 dias enquanto a responsabilidade pelos distúrbios é apurada.

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Na terça-feira (10), a Polícia Federal encontrou na casa de Torres uma minuta de decreto para alterar inconstitucionalmente o resultado das eleições de outubro. O ex-ministro da Justiça escreveu em sua conta no Twitter que o documento provavelmente estaria entre pilhas de papéis que seriam descartados.

As autoridades têm se aproximado de membros do governo de Bolsonaro enquanto investigam os violentos protestos antigovernamentais. Na sexta-feira (13), Moraes aceitou um pedido apresentado por procuradores para investigar Bolsonaro pelo suposto incitamento dos distúrbios.

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