Lemann e sócios propõem injeção de R$ 6 bi na Americanas, segundo fontes

Banqueiros consideraram pouco e estão pedindo mais do que R$ 10 bilhões, de acordo com a Bloomberg News citando fontes

Lemann e seus parceiros de negócios de longa data da 3G, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, investiram na varejista brasileira pela primeira vez em 1982
Por Cristiane Lucchesi
13 de Janeiro, 2023 | 07:29 PM

Bloomberg — Os acionistas de referência da Americanas (AMER3), a varejista brasileira problemática que encontrou “inconsistências” em sua contabilidade, estão propondo realizar uma injeção de capital de R$ 6 bilhões, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.

A oferta foi feita durante negociações que aconteceram nesta sexta-feira (13) com o ex-presidente da Americanas, Sergio Rial, e os credores, alguns dos maiores bancos do Brasil, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque as discussões são privadas. Os banqueiros consideraram pouco e estão pedindo mais do que R$ 10 bilhões, disseram as pessoas. As negociações continuam na segunda-feira.

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Tanto Americanas quanto Telles, Sicupira e Lemann não responderam imediatamente a pedido de comentário da Bloomberg News.

A Americanas, que tem o bilionário Jorge Paulo Lemann como um dos principais acionistas, também possui títulos globais, e não se sabe o que os detentores desses papéis farão.

Lemann e seus parceiros de negócios de longa data da 3G, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, investiram na varejista brasileira pela primeira vez em 1982. Eles atualmente possuem uma participação de cerca de 31% e disseram ao conselho que planejam continuar apoiando a empresa, de acordo com um comunicado. Eles três são acionistas de referência.

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Alguns dos maiores credores da Americanas não planejam cortar crédito ou acelerar o vencimento da dívida como poderiam quando um limite de endividamento é ultrapassado, desde que a empresa receba um aumento de capital imediato, disseram as pessoas.

A Americanas mergulhou em uma crise neste mês, quando Rial renunciou ao cargo de CEO menos de duas semanas depois de descobrir o que a empresa chamou de “inconsistências” contábeis ligadas a dívidas com fornecedores estimadas em R$ 20 bilhões.

É improvável que as inconsistências contábeis prejudiquem a liquidez da Americanas, mas isso dependerá “de como meus colegas do banco responderão”, disse Rial, que anteriormente era chefe da unidade local do Banco Santander, em teleconferência com analistas.

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Os banqueiros não planejam cortar as linhas de crédito imediatamente, segundo pessoas a par das negociações, mas provavelmente reduzirão os valores gradualmente, dependendo de como os principais acionistas responderem à crise.

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