Ibovespa descola de Wall Street em dia de queda de 77% de Americanas

After Hours: ação da varejista desabou nesta quinta-feira (12) após anúncio de rombo de R$ 20 bilhões e renúncia de Sergio Rial como CEO

After hours
12 de Janeiro, 2023 | 06:22 PM

Bloomberg Línea — Como antecipado por grande parte do mercado, o papel da Americanas (AMER3) foi destaque do pregão desta quinta-feira (12), impedindo que o Ibovespa (IBOV) seguisse o bom humor dos Estados Unidos. O principal índice da Bolsa de São Paulo fechou o dia em queda, com a ação da varejista liderando as perdas e finalizando a sessão com recuo de 77,33%, a R$ 2,72. Na véspera, antes da notícia de que Sergio Rial renunciou ao cargo de CEO pelo rombo de R$ 20 bilhões na companhia, a ação havia fechado a R$ 12,00.

Enquanto isso, Magazine Luiza (MGLU3), uma das principais concorrentes da Americanas, fechou em alta de 5,28%. Já a Via (VIIA3) caiu 5,38%.

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Rial participou de conferência virtual com analistas e investidores nesta manhã, para comentar e dar explicações das “inconsistências contábeis” da empresa. Ele afirmou não estar “em posição para dizer se houve fraude”. O executivo havia assumido o cargo há nove dias.

A companhia será submetida a uma auditoria externa, terá que fazer uma capitalização, que deverá envolver seus acionistas de referência, e ainda precisará negociar com bancos para evitar uma execução de parte de sua dívida, segundo o agora ex-CEO Sergio Rial.

Já nos Estados Unidos, o dia teve um tom majoritariamente positivo para os índices acionários, que fecharam em alta. A inflação americana (CPI) mostrou sinais de mais desaceleração na divulgação da manhã de hoje, o que poderia justificar que o Federal Reserve desacelere seu ritmo de aumentos de juros e evite uma desaceleração econômica mais severa.

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Wall Street superou sua decepção inicial com um índice de preços ao consumidor em linha para se concentrar na ideia de que um pico de inflação possivelmente está no retrovisor. Essa percepção é visível no mercado de swaps, que mostra menos de 50 pontos-base de aperto precificado para as próximas duas reuniões do Fed - uma pequena chance de nenhum movimento em março.

Nada disso significa, no entanto, que o Fed logo declarará vitória sobre a inflação. A demanda resiliente do consumidor, principalmente de serviços, combinada com um mercado de trabalho apertado ainda é uma ameaça significativa aos preços. Mas os números em geral mostram que as coisas parecem estar indo na direção certa, abrindo caminho para a autoridade reduzir a marcha para uma alta de um quarto de ponto em sua próxima reunião.

Confira como fecharam os mercados nesta quarta-feira (11):

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Kariny Leal

Jornalista carioca, formada pela UFRJ, especializada em cobertura econômica e em tempo real, com passagens pela Bloomberg News e Forbes Brasil. Kariny cobre o mercado financeiro e a economia brasileira para a Bloomberg Línea.