Bloomberg — A Argentina registrou a maior taxa de inflação anual em três décadas em 2022, já que a crise política exacerbou os aumentos de preços impulsionados pela falta de um plano econômico confiável do governo.
Os preços ao consumidor subiram 94,8% em dezembro em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo dados oficiais divulgados nesta quinta-feira (12). Na comparação com novembro, os preços subiram 5,1% no mês passado, acelerando após arrefecimento em três dos últimos quatro meses. Os aumentos mensais de preços foram liderados pelo turismo, bebidas alcoólicas e custos de habitação.
O aumento da inflação anual, que deve ultrapassar 100% nos próximos meses, voltou a ser o tema dominante na segunda maior economia da América Latina. O aumento ou queda da inflação neste ano terá um grande impacto nas eleições presidenciais argentinas em outubro.
O ministro da Economia, Sergio Massa, que assumiu o cargo em agosto depois que seus dois antecessores renunciaram em quatro semanas, implementou uma mistura de medidas políticas tradicionais e não convencionais para reduzir os preços ao consumidor.
O ministro cortou gastos, enquanto o banco central manteve sua taxa de referência acima da inflação. Massa também implementou uma ampla gama de controles de preços para limitar temporariamente alguns dos aumentos, mantendo as taxas de câmbio voláteis da Argentina relativamente estáveis.
Mesmo assim, os economistas argentinos não estão otimistas. Eles preveem que a inflação fechará este ano em 98%, apesar de Massa prever 60% no orçamento, e o crescimento econômico desacelerar para menos de 1% este ano.
Outro fator importante que influenciará a inflação este ano é se Massa e o governo continuarão a honrar o acordo de US$ 44 bilhões do país com o Fundo Monetário Internacional durante um ciclo eleitoral no qual a impopular agência de empréstimos de Washington na Argentina provavelmente será criticada. O Governo cumpriu os objetivos de final de ano, avançando mais um passo no programa com o FMI.
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