Bloomberg Línea — A ação da Americanas (AMER3) voltou a ser negociada na B3 por volta das 14h22 e caía 76%, a R$ 2,85, depois de ficar em leilão desde a abertura da sessão. A notícia da véspera sobre as “inconsistências fiscais” de R$ 20 bilhões encontradas na companhia, e a consequente renúncia do CEO Sergio Rial, movimenta os mercados nesta quinta-feira (12). No mesmo horário, o Ibovespa (IBOV) rondava a estabilidade. Na véspera, a ação da varejista fechou aos R$ 12,00, antes da divulgação.
O executivo, que renunciou na véspera ao cargo de CEO da companhia, participou de conferência virtual com analistas e investidores nesta manhã, para comentar e dar explicações das “inconsistências contábeis” da ordem da empresa.
Rial afirmou não estar “em posição para dizer se houve fraude”. Ele havia assumido o cargo há nove dias.
As ações de outras varejistas negociadas na bolsa chegaram a sofrer no início da sessão, mas logo amenizaram. Magazine Luiza (MGLU3) subia 1,32%, a R$ 3,07. Já Via Varejo (VIIA3) caía 3,85%, a R$ 2,50.
A companhia será submetida a uma auditoria externa, terá que fazer uma capitalização, que deverá envolver seus acionistas de referência, e ainda precisará negociar com bancos para evitar uma execução de parte de sua dívida, segundo o agora ex-CEO Sergio Rial.
Em relatório, o Itaú Unibanco escreve que a ação deverá sofrer “significativamente” durante o pregão desta quinta. “Acreditamos que seu desempenho recente foi impulsionado principalmente pelas expectativas do mercado em relação às entregas de Sergio Rial no médio e longo prazo. Diante das notícias desfavoráveis, decidimos reavaliar nossa cobertura até que possamos entender melhor a situação”, escreve o time, liderado pelo analista Thiago Macruz.
Rial não soube precisar quando a Americanas começou a deixar de contabilizar o custo financeiro de seus empréstimos com fornecedores, tratando os R$ 20 bilhões como uma estimativa, não validada por auditoria, sobre o valor lançado na conta “fornecedores” indevidamente.
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