Ibovespa oscila e ronda estabilidade, enquanto EUA têm altas firmes

Na bolsa, atenções recaem sobre as ações da Americanas, após companhia informar a saída de Rial como CEO e falha contábil de R$ 20 bilhões

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Bloomberg Línea — O sentimento é de cautela nesta quinta-feira (12), com as atenções na cena doméstica recaindo sobre as ações da Americanas (AMER3), após a companhia informar na noite de ontem (11) a saída de Sergio Rial, o CEO da companhia.

O anúncio aconteceu junto com a revelação da varejista de que identificou inconsistências contábeis da ordem de R$ 20 bilhões em exercícios anteriores, incluindo o de 2022. O conselho de administração da Americanas elegeu João Guerra, o head de RH, como CEO interino.

As ações AMER3 reabriram por volta das 14h22 (horário de Brasília), em queda de 76%. As ações encerraram o pregão de quarta-feira (11) negociadas a R$ 12, o que implicaria queda de mais de 82% na abertura.

Em relatório, o Itaú Unibanco escreve que a ação deverá sofrer “significativamente” durante o pregão desta quinta. “Acreditamos que seu desempenho recente foi impulsionado principalmente pelas expectativas do mercado em relação às entregas de Sergio Rial no médio e longo prazo. Diante das notícias desfavoráveis, decidimos reavaliar nossa cobertura até que possamos entender melhor a situação”, escreve o time, liderado pelo analista Thiago Macruz.

Para Victor Inoue, head de produtos da WIT Invest, o problema vai muito além dos números. “A discrepância de R$ 20 bilhões já é preocupante, mas o fato de a nova direção ter descoberto o problema em tão pouco tempo, Rial assumiu o comando no início desse ano, traz dúvidas sobre a postura da diretoria anterior”, avalia.

Ações de outras varejistas negociadas na B3 também tinham queda nesta quinta, embora tenham amenizado as perdas. Os papéis da Via (VIIA3) caíam mais de 2,7%, enquanto os de Magazine Luiza (MGLU3) viraram para alta de 2,6%.

Cena externa

Enquanto no Brasil o noticiário corporativo dita o tom dos mercados, nos Estados Unidos as bolsas oscilaram no início das negociações, mas firmaram alta pela tarde, com investidores digerindo os dados de inflação do CPI, que vieram abaixo do que o esperado.

Em novembro, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) avançou 0,1% na base mensal. Em 12 meses, o indicador ficou em 7,1%. Economistas consultados pela Bloomberg News estimavam alta de 0,3% no mês e um avanço de 7,3% em 12 meses.

Dados da inflação decepcionaram vários traders que esperavam por uma desaceleração maior que poderia permitir que o Federal Reserve desacelerasse em breve o ritmo de aumento das taxas e evitasse uma desaceleração econômica mais severa.

“Embora o Índice de Preços ao Consumidor (IPC ou CPI, na sigla em Inglês) tenha diminuído mais um pouco em relação ao mês de novembro, dentro da projeção do mercado, ainda está muito acima da meta anual de 2% que o Fed deseja”, avalia Carlos Vaz, CEO da Conti Capital.

“Isso valida a postura anunciada pelo banco central americano, no sentido de manter o aperto monetário, já que a expectativa é alcançar juros anualizados em um patamar entre 5% ou 5,5% em 2023, para só então frear o ritmo mais contracionista em relação às taxas”, completou.

Confira o desempenho dos mercados nesta quinta-feira (12):

  • Por volta das 14h30 (horário de Brasília), o Ibovespa subia 0,05%, aos 112.571 pontos;
  • O dólar à vista tinha queda de 1,36%, negociado a R$ 5,09;
  • Nos EUA, o Dow Jones subia 0,89%, o S&P 500, 0,58%, enquanto o Nasdaq subia 0,64%;

-- Atualização às 14h30 (horário de Brasília)

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