Banco Mundial reduz projeção de crescimento da América Latina para 1,3% em 2023

Projeções da organização indicam que a região teria crescido 3,6% em 2022; para este ano, o Chile e o Haiti continuam como as economias que sofrerão uma contração

Chile está entre os dois países que teriam contração econômica em 2023, segundo o Banco Mundial
10 de Janeiro, 2023 | 07:32 PM

Bloomberg Línea — O Banco Mundial publicou suas novas Perspectivas Econômicas Globais, nas quais o órgão projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina crescerá 1,3% em 2023, abaixo da última projeção feita pela organização em outubro, quando estimava um crescimento de 1,6%.

“Esta desaceleração reflete tanto os esforços das autoridades monetárias para controlar a inflação quanto os efeitos colaterais de uma perspectiva global pouco auspiciosa”, disse a agência em seus documentos oficiais.

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Entre os motivos da queda na previsão de crescimento, o Banco Mundial explica que o crescimento um pouco lento nos Estados Unidos e na China reduzirá a demanda por exportações, enquanto o aumento das taxas de juros nos EUA provavelmente significará que as condições financeiras permanecerão apertadas.

Entretanto, em meio a essa perspectiva, o Banco Mundial estimou que a economia da região teria crescido 3,6% em 2022, mais do que a projeção de outubro de 3,0%. Para 2024, a agência manteve um crescimento do PIB de 2,4%.

“As projeções indicam que o crescimento global lento pesará sobre os preços das commodities, enfraquecendo as relações da América do Sul. Segundo as projeções, o investimento regional deverá diminuir este ano como resultado de maiores custos de financiamento, baixa confiança empresarial e alta incerteza política”, acrescenta o relatório.

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PIB de 2023

O relatório observa que duas economias da região irão se contrair em 2023: Chile e Haiti. O primeiro encolheria 0,9% “à medida que a queda da renda real corroer o consumo”, e o segundo se contrairia 1,1%.

O Banco Mundial afirma que “um crescimento global mais fraco do que o esperado poderia afetar significativamente os preços das commodities”, fator que prejudicaria a atividade econômica nos países exportadores da região. Além disso, explica que um aperto adicional das condições financeiras globais “poderia também gerar estresse financeiro nas economias mais vulneráveis”.

Entre as economias que terão o maior crescimento este ano estão o Paraguai, que se expandirá em 5,2%, a República Dominicana, que crescerá 4,8% este ano, e o Panamá, que deve crescer 4,5%.

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O crescimento mais forte na região será na Guiana, como previsto em outros relatórios, aos quais o Banco Mundial atribuiu uma previsão de crescimento de 25,2%.

“Espera-se que o Brasil cresça 0,8% em 2023, já que as altas taxas de juros diminuirão os investimentos e o crescimento das exportações será mais lento. A economia do México crescerá 0,9% este ano, de acordo com as projeções (...) o crescimento na Colômbia deverá desacelerar acentuadamente para 1,3% este ano”, acrescentou a agência no relatório.

No Peru, a forte incerteza política e os preços mais baixos dos metais irão retardar o crescimento, que está previsto em 2,6% para 2023, segundo o Banco Mundial

Perspectivas econômicas globais

O crescimento econômico global será marcado por uma desaceleração devido à alta inflação, aumento das taxas de juros, redução dos investimentos e perturbações causadas pela invasão da Ucrânia pela Rússia, disse o Banco Mundial.

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Da mesma forma, a projeção é que a economia global cresça 1,7% em 2023 e 2,7% em 2024. “A forte desaceleração do crescimento será generalizada: as projeções serão corrigidas para baixo para 95% das economias avançadas e para quase 70% das economias de mercado emergentes e em desenvolvimento”, explica o relatório.

Por fim, o Banco Mundial observou que, ao final de 2024, os níveis do PIB nas economias emergentes e em desenvolvimento ficarão cerca de 6,0% abaixo dos níveis pré-pandemia, pois enquanto se espera que a inflação global seja moderada, ela permanecerá acima dos níveis pré-pandemia.

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Sebastián Osorio Idárraga

Comunicador social e jornalista. Ex-editor da revista Hogar en Semana. Ex-jornalista econômico da Revista Dinero e da Radio Nacional de Colombia. Podcaster.