Family offices reduzem dependência de private equity para fugir de taxas

Gestoras estão ampliando aportes diretos em startups em detrimento de fundos tradicionais que compram fatias de empresas privadas, revela pesquisa

Fundos de private equity não são mais caminho único para investimento de family offices em empresas privadas (John Taggart/Bloomberg)
Por Amanda Albright
09 de Janeiro, 2023 | 05:29 PM

Bloomberg — Gestores para ultra-ricos estão evitando fundos de private equity tradicionais e investindo diretamente em empresas iniciantes.

Isso é o que aponta um novo relatório da Dentons, que descobriu que 63% dos family offices estão fazendo uso de investimentos diretos e outros 22% estão interessados em fazê-lo. A maior empresa de advocacia entrevistou 188 family offices de 32 países para o relatório.

PUBLICIDADE

O investimento direto ganhou popularidade como forma de reduzir as taxas dos fundos tradicionais de private equity. Isso pode significar uma participação direta em uma empresa ou participar de acordos com outros family offices.

Edward Marshall, chefe global do family office e do setor de alto patrimônio da Dentons, disse que essas empresas de investimento são especialmente atraídas por oportunidades na área da saúde, bem como tecnologias disruptivas, como Inteligência Artificial (IA).

“Muitos family offices, quando fazem esses tipos de investimentos, pensam a longo prazo”, disse ele em entrevista.

PUBLICIDADE

Os family offices cresceram em número em todo o mundo nas últimas duas décadas, em parte devido ao aumento das fortunas em tecnologia, finanças e imóveis.

Esses veículos de investimento, que administram o capital pessoal dos ultra-ricos, são levemente regulamentados, ágeis e tão públicos ou privados quanto o fundador deseja.

Nos family offices com investimentos diretos, a alocação média é de 37% dos ativos de private equity sob gestão, segundo o relatório. O investimento médio é de US$ 19 milhões.

PUBLICIDADE

Embora o investimento direto possa dar aos family offices maior controle e mais envolvimento prático na empresa, ele também “vem com seu próprio conjunto de problemas”, disse Marshall.

Os entrevistados disseram que muitas vezes enfrentam dificuldades para obter um fluxo de negócios de alta qualidade, por exemplo, e normalmente exigem expertise interna ou externa para avaliar empresas de áreas altamente especializadas, como biotecnologia.

“O ponto principal é que fazer investimento direto é difícil e exige muitos recursos”, disse ele.

PUBLICIDADE

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

Este é o maior fundo hedge lançado por uma investidora, com US$ 1,8 bi em ativos

Sucessor de Ray Dalio revela os próximos passos no maior fundo hedge do mundo