Autoridades repudiam invasão em Brasília e pedem providências do governo do DF

Manifestantes a favor de Bolsonaro e contra Lula promoveram depredação nos prédios do STF e do Congresso e no Palácio do Planalto neste domingo em Brasília

Agentes da Força Nacional tentam conter invasão de manifestantes na Esplanada dos Ministérios em Brasília (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Por Bloomberg Línea
08 de Janeiro, 2023 | 05:31 PM

Bloomberg Línea — Autoridades e membros do governo atual e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) bem como do exterior reagiram nas redes sociais aos protestos de milhares de manifestantes nesta tarde de domingo (8) em Brasília, em atos que tiveram invasão do Congresso Nacional, do prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto, incluindo atos de vandalismo com depredação do patrimônio público.

As forças armadas tentavam dispersar os manifestantes por volta das 17h.

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Flávio Dino, ministro da Justiça, publicou em seu Twitter que “essa absurda tentativa de impor a vontade pela força não vai prevalecer”.

“O governo do Distrito Federal afirma que haverá reforços. E as forças de que dispomos estão agindo. Estou na sede do Ministério da Justiça”, disse Dino às 15h43 no horário de Brasília.

O líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues, e a presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, pediram ao Procurador-Geral da República, Augusto Aras, para que seja decretada intervenção na Segurança Pública do Distrito Federal.

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O ministro da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro, Ciro Nogueira, publicou um tuíte pedindo equilíbrio e sensatez. “A democracia se fortalece no contraditório e no respeito às diferenças”, disse.

No Twitter, o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira disse que “agiremos com rigor para preservar a liberdade, a democracia e o respeito à Constituição”. Ele também se colocou à disposição “de todos os Chefes de Poderes para fazermos uma reunião para deixar absolutamente inquestionável que os três Poderes estão mais unidos do que nunca a favor da Democracia”.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, que está em Orlando, nos Estados Unidos, desde o dia 30 de dezembro, não se manifestou sobre as invasões.

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Em live dias depois da derrota no segundo turno, ainda em novembro, Bolsonaro havia condenado manifestações de seus simpatizantes com uso da violência, naquele momento em referência principalmente aos atos de bloqueio em centenas de rodovias em diversas localidades.

A presidente do Partido dos Trabalhadores também culpou o governo do Distrito Federal, dizendo que teria sido “irresponsável frente à invasão de Brasília e do Congresso Nacional”. O governador é Ibaneis Rocha (MDB), um aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele nomeou o ex-ministro da Justiça Anderson Torres como secretário de Segurança Pública.

“É um crime anunciado contra a democracia, contra a vontade das urnas e por outros interesses. Governador e seu secretário de segurança, bolsonarista, são responsáveis pelo que acontecer.”

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Rodrigo Pacheco, presidente do Senado e do Congresso Federal, disse que conversou, depois das invasões, por telefone com o governador do Distrito Federal, com quem vinha mantendo contato permanente. “O governador me informou que está concentrando os esforços de todo o aparato policial no sentido de controlar a situação.”

Segundo Pacheco, na ação estão empenhadas as forças de segurança do Distrito Federal, além da Polícia Legislativa do Congresso. “Repudio veementemente esses atos antidemocráticos, que devem sofrer o rigor da lei com urgência.”

O Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal disse que determinou ao setor de operações da pasta “providências imediatas para o restabelecimento da ordem no centro de Brasília”. Torres foi depois exonerado por Ibaneis Rocha.

Governadores de São Paulo e do Rio de Janeiro também se posicionaram nas redes sociais.

A invasão também gerou repercussão no exterior. No Twitter e em português, o presidente da França Emmanuel Macron reiterou seu apoio ao presidente Lula.

Na América Latina, os presidentes da Colômbia, Argentina e Chile também se posicionaram:

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