Portugueses estão fartos de incentivos a estrangeiros para compra de casas no país

Pressão para corte de incentivos a estrangeiros aumenta em Portugal, enquanto o país luta contra preços mais altos de propriedades

Os estrangeiros têm procurado o país nos últimos anos em busca de um clima quente e custos de vida mais baixos
Por Henrique Almeida
07 de Janeiro, 2023 | 12:30 PM

Bloomberg — A pressão está aumentando dentro de Portugal para cortar incentivos para estrangeiros comprarem casas, já que o país luta contra o aumento dos preços dos imóveis e a escassez de moradias acessíveis.

Uma pesquisa encomendada pelo jornal semanal Expresso constatou que 90% dos entrevistados concordam que Portugal está no meio de uma crise imobiliária. Com a demanda externa elevando os preços dos imóveis, mais da metade dos entrevistados diz querer que o governo reduza os incentivos para compradores estrangeiros.

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A sondagem, realizada no mês passado pelos institutos universitários ICS e ISCTE e que entrevistou mais de 800 pessoas, aconteceu depois de os preços das casas terem subido 13% em relação ao ano anterior no terceiro trimestre, de acordo com o instituto de estatísticas do país. Esse é o segundo maior aumento desde que o instituto começou a coletar dados sobre o mercado imobiliário, em 2010.

Mais de três quartos dos entrevistados culpam a crise pela falta de investimento público em habitação, regulamentação insuficiente e falta de unidades disponíveis. Cerca de 64% disseram que os incentivos para compradores estrangeiros, como o chamado programa “Visto Gold”, que concede a estrangeiros uma autorização de residência em troca de um investimento imobiliário, estavam afetando a situação.

Os estrangeiros têm migrado para Portugal nos últimos anos em busca de um clima quente e custos de vida mais baixos. De acordo com um relatório de abril do instituto de estatísticas, estes compradores estão dispostos a pagar mais do dobro por uma casa em Lisboa do que os residentes locais.

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Para tentar regular a demanda, o governo de Portugal em 2021 começou a restringir seu programa de vistos Gold para compras de propriedades fora de Lisboa e na cidade do Porto, no norte. O governo também planeja aumentar a parcela de habitação pública de 2% para 5% de todas as casas que têm o governo como proprietário nos próximos anos.

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