Zona do euro pode ter juros elevados por mais tempo que o esperado

Inflação em dezembro na zona do euro atingiu 9,2%, abaixo dos 9,5% previstos pelos economistas, mas ainda há pressão subjacente

Inflação na Zona do Euro retrocedeu em seu conjunto, mas desconsiderando energia e alimentos, o núcleo atingiu novo recorde
Por Alexander Weber
06 de Janeiro, 2023 | 12:57 PM

Bloomberg — A inflação da zona do euro retrocedeu a um dígito pela primeira vez desde agosto, alimentando a esperança de que o pior aumento dos preços ao consumidor do bloco já tenha atingido seu pico.

A leitura da inflação em dezembro atingiu 9,2%, informou o Eurostat nesta sexta-feira (6), mas a única razão para a moderação foi uma expansão mais lenta dos preços de energia. O número reflete desaceleração na Alemanha, França, Itália e Espanha, e ficou abaixo dos 9,5% previstos pelos economistas consultados pela Bloomberg.

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Entretanto, o núcleo do indicador, que exclui energia e alimentos, mostrou uma elevação para um recorde de 5,2%, ressaltando que a inflação continua a ameaçar a economia europeia.

Este é o indicador sobre o qual o Banco Central Europeu (BCE) provavelmente se concentrará à medida que avança com o ciclo mais agressivo de aumentos de taxas de juros em sua história. Nos Estados Unidos, o Fed também está ignorando o abrandamento em sua inflação, advertindo os investidores para não subestimar sua disposição de apertar a política monetária por mais algum tempo.

Esse segundo mês de arrefecimento da alta de preços na zona do euro, que se expandiu para 20 países a partir de 19 deste mês com a adesão da Croácia, veio após o governo da Alemanha ter pago algumas contas de gás natural para amortecer o aumento dos custos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia.

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No mês passado, o BCE se comprometeu a elevar a taxa acima de seu nível atual de 2%. É possível que o pico nos custos de empréstimo não seja atingido até por volta do verão, segundo o chefe do Banco da França François Villeroy de Galhau.

“Depois disso, estaremos prontos para permanecer nesse nível pelo tempo que for necessário”, disse ele na quinta-feira em Paris. “A série de aumentos de taxas de 2022 se tornou uma corrida de longa distância, e a duração do ciclo contará tanto quanto a taxa terminal”.

O membro do Conselho do BCE Martins Kazaks espera aumentos “significativos” nas próximas duas reuniões, em fevereiro e março.

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A presidente do BCE, Christine Lagarde, advertiu contra o foco do mercado em mudanças da taxa final da Europa, dizendo “não podemos nos fixar em um único número”, pois há “boas razões para acreditar” que o crescimento dos preços irá se acelerar novamente em janeiro.

A inflação subjacente “persistentemente alta” manterá as taxas de juros em níveis mais elevados após novas as altas em fevereiro, março e “provavelmente até no segundo trimestre”, de acordo com Carsten Brzeski, economista da ING.

Outro relatório mostrou nesta sexta-feira que o sentimento econômico na zona do euro se recuperou pelo segundo mês seguido em dezembro, permanecendo abaixo de sua média de longo prazo.

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As últimas projeções do BCE preveem aumentos de preços em média de 6,3% em 2023 e ainda estarão acima da meta de 2% em 2025.

-- Com colaboração de Joel Rinneby, Barbara Sladkowska, Craig Stirling, Anna Edwards, Mark Cudmore and Libby Cherry

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