Salário mínimo no Brasil: como se compara com reajustes na América Latina

Ganho nominal de 8,9%, acima da inflação estimada de 5,8%, é o terceiro maior entre os países da região, atrás do concedido por México e Colômbia. Veja comparação

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Bloomberg Línea — O salário mínimo pago ao trabalhador brasileiro passou de R$ 1.212 para R$ 1.320 neste começo de ano, o que representa um aumento nominal de 8,9%, acima da inflação de 5,8% estimada para o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) para o ano de 2022 - o dado fechado será conhecido na próxima terça-feira (10), com a divulgação da inflação de dezembro pelo IBGE.

O ganho foi concedido em um momento em que o poder de compra da população tem sido reduzido não apenas pelo aumento dos preços de produtos de primeira necessidade, como alimentos, como também pelos juros mais altos, que encarecem dívidas e compras financiadas.

O reajuste acima da inflação se tornou possível graças ao acerto do governo federal com o Congresso.

Uma comparação com outros países da América Latina mostra que, em termos nominais, México (20%) e Colômbia (16%) conseguiram conceder reajustes nominais superiores. No primeiro caso, a inflação anualizada ficou em 7,8% em novembro (dado mais recente), e, no segundo, em 13,1% em dezembro.

Mas a maioria dos países não conseguiu promover o chamado aumento real, ou seja, acima da inflação acumulada desde o reajuste anterior, para o respectivo salário mínimo.

Vale a ressalva de que cada país tem seu próprio custo de vida.

Veja abaixo os reajustes já anunciados em países da América Latina para o salário mínimo, em dólares:

O reajuste no Brasil deve ser atribuído em parte ao governo de Jair Bolsonaro, que encaminhou o valor de R$ 1.302 na proposta para o Orçamento da União de 2023 em agosto do ano passado. Isso representava um aumento nominal da ordem de 7,43%.

No Congresso, senadores e deputados em sua maioria concordaram em elevar esse valor em R$ 18, para R$ 1.320, diante do aumento dos preços - vale lembrar que o INPC mede a inflação estimada da cesta de consumo de produtos e serviços de famílias que ganham até cinco salários mínimos.

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