Bloomberg — O Credit Suisse (CS) pagou caro para captar US$ 3,75 bilhões em títulos e manter seus planos de financiamento em meio à maior reorganização do credor em anos.
O banco suíço vendeu notas de dois e cinco anos a 3,7 pontos percentuais acima dos yields do Tesouro americano, segundo uma pessoa com conhecimento do assunto. É um custo muito mais alto do que os prêmios de risco médios no segmento de grau de investimento (com melhores notas de rating e, por isso, menor risco).
O Credit Suisse passa por uma profunda reestruturação, com corte de milhares de empregos, após enormes perdas e escândalos. O custo mais alto sobre sua dívida será outro obstáculo para a instituição financeira, que deve divulgar seu quinto prejuízo trimestral consecutivo. Sua receita líquida de juros caiu 14% nos primeiros nove meses de 2022, quando muitos bancos se beneficiaram de um ambiente de taxas em alta.
É pelo menos a segunda vez nos últimos meses que o banco paga caro para captar recursos. Em novembro, o credor precificou uma oferta de US$ 2 bilhões em títulos com retornos acima de 9%.
“Sua posição de crédito sofreu um golpe severo nos últimos anos devido a vários erros de gerenciamento de risco”, disse o estrategista da Bloomberg Intelligence Jeroen Julius.
A classificação de risco de longo prazo do banco foi rebaixada pela S&P Global Ratings em novembro para um pouco acima do grau especulativo, ressaltando os desafios de seus planos radicais de reestruturação. O Credit Suisse teve prejuízo de 4,03 bilhões de francos no terceiro trimestre e alertou para mais perdas no quarto.
A S&P disse que vê “riscos significativos de execução em meio a um ambiente de mercado e econômico em deterioração e volátil”. Também sinalizou que alguns detalhes sobre as vendas de ativos planejadas pelo credor permanecem “incertas”.
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