Bloomberg — O Twitter vai relaxar uma proibição de três anos de publicidade política em mais uma mudança após sua aquisição pelo bilionário Elon Musk.
A empresa disse na terça-feira (3) que expandirá a publicidade política permitida nas próximas semanas para “facilitar a conversa pública sobre tópicos importantes” e alinhar sua publicidade com a da TV e de outros meios de comunicação. Mais detalhes ainda serão anunciados.
Embora não tenha ficado imediatamente claro o quão extensas serão as mudanças, elas representam um afastamento da proibição global de anúncios de candidatos, autoridades eleitas e partidos políticos anunciada pela primeira vez em 2019 pelo cofundador do Twitter – e diretor-executivo na época – Jack Dorsey.
Dorsey justificou a proibição, que atraiu a ira da campanha de reeleição do então presidente dos Estados Unidos Donald Trump, dizendo que “o alcance da mensagem política deve ser conquistado, não comprado”.
Mas desde a aquisição do Twitter por US$ 44 bilhões, Musk alegou censura pela liderança anterior da plataforma de mídia social e promulgou amplas mudanças com pouco aviso.
Entre outras transformações, a empresa encerrou uma política que impedia o compartilhamento de desinformação sobre a covid, restabeleceu as contas de Trump e outras personalidades de direita e proibiu usuários que rastreiam o jato particular de Musk.
Atualmente, o Twitter permite alguns anúncios relacionados a tópicos econômicos, ambientais e sociais, embora com restrições, que também deverão ser flexibilizadas nos EUA.
Antes da proibição, a publicidade política era uma fonte de renda menor para o Twitter – totalizando menos de US$ 3 milhões em vendas durante as eleições de meio de mandato dos EUA em 2018. Ainda assim, a flexibilização pode ajudar uma empresa que agora luta para conter perdas na receita publicitária, à medida que as marcas se retiram do site em meio a preocupações com suas políticas de moderação.
-- Com a colaboração de Kurt Vagner
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