Recessão nos EUA é provável, mas não deve ser forte, diz ex-dirigente do Fed

William Dudley, ex-presidente do Fed de Nova York, afirmou que a autoridade monetária precisa aumentar a taxa de desemprego o suficiente para desacelerar a economia

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Bloomberg — Uma recessão econômica nos Estados Unidos está próxima devido às medidas que o Federal Reserve precisa adotar para esfriar a inflação, disse o ex-presidente do Fed de Nova York, William Dudley. Mas, segundo ele, provavelmente não será uma forte desaceleração.

“Uma recessão é muito provável apenas devido ao que o Fed tem que fazer”, disse em entrevista à Bloomberg Surveillance nesta terça-feira (3). “Mas o diferente desta vez, acredito, é que, se tivermos uma recessão, será uma recessão induzida pelo Fed, e o Fed pode acabar com a recessão ao flexibilizar a política monetária subsequentemente.”

O banco central dos EUA elevou os juros em ritmo acelerado no ano passado para reduzir a inflação mais alta em quatro décadas e afirmou que vai continuar a apertar a política monetária até que a tarefa seja concluída.

Dudley, consultor sênior da Bloomberg Economics, disse que o Fed precisa aumentar a taxa de desemprego o suficiente para desacelerar a economia e, assim, gerar mais oferta de mão de obra, além de reduzir a inflação salarial a um nível consistente com a meta de inflação de 2%.

Mas, como o banco central é quem está coordenando a desaceleração, “não acho que haja um grande risco de um cataclismo de instabilidade financeira que leve a economia a uma recessão profunda”, afirmou.

--Com a colaboração de Tom Keene, Jonathan Ferro e Lisa Abramowicz.

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