Este é o maior fundo hedge lançado por uma investidora, com US$ 1,8 bi em ativos

Mala Gaonkar, ex-sócia da Lone Pine Capital, começa a atuar com sua gestora SurgoCap Partners fazendo uso de ciência de dados para avaliar ativos de tecnologia

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Bloomberg — A SurgoCap Partners, de Mala Gaonkar, começou a negociar nesta terça-feira (3) com US$ 1,8 bilhão em ativos sob gestão, a maior estreia de um fundo hedge liderado por uma mulher na história do setor.

A SurgoCap terá a ciência de dados como base para investir em teses como o uso da tecnologia para aprimorar setores como o financeiro, o industrial e o de saúde, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

A nova gestora, com cerca de 20 funcionários, aposta a favor e contra ações e pode investir até um quarto de seus ativos em empresas privadas, disseram as pessoas.

Um representante da SurgoCap, com sede em Nova York, se recusou a comentar.

O lançamento segue a estreia em outubro do Avala Global de Divya Nettimi, que começou com mais de US$ 1 bilhão em dinheiro comprometido.

As duas mulheres atraíram um capital significativo depois de se estabelecerem em empresas maiores. Gaonkar, 53, passou 13 anos na Lone Pine Capital, e Nettimi trabalhou sete na Viking Global Investors.

Em uma conferência com investidores em junho passado, Gaonkar disse que estava otimista com a ServiceNow, uma empresa de software empresarial que ajuda a automatizar o fluxo de trabalho.

Gaonkar nasceu nos Estados Unidos e foi criada principalmente em Bengaluru, na Índia, onde muitos de seus parentes eram médicos. Ela se formou em economia e fez MBA em Harvard antes de ingressar na Lone Pine como sócia fundadora em 1998. Três anos depois, ela foi nomeada gerente de portfólio supervisionando apostas em tecnologia, mídia, internet e telecomunicações.

Em 2019, quando Steve Mandel decidiu se afastar da gestão do dia-a-dia, ele escolheu Gaonkar como um dos três gerentes de portfólio que supervisionariam os ativos da Lone Pine, que totalizavam US$ 16,7 bilhões em agosto. Ela saiu no início de 2022 para iniciar o SurgoCap.

O foco de Gaonkar em tecnologia se estende à filantropia. Em 2015, ela cofundou a Surgo Foundation para se concentrar no uso de inteligência artificial e ciência comportamental para resolver problemas globais de saúde. Cinco anos depois, ela cofundou a organização sem fins lucrativos Surgo Ventures para promover essa causa desenvolvendo parcerias estratégicas com outros grupos.

Na SurgoCap, ela está separando US$ 100 milhões em capacity do fundo para endowments (fundos patrimoniais), fundações e organizações sem fins lucrativos que ajudam comunidades carentes ou lidam com a mudança climática, disseram as pessoas. Esses investidores pagarão taxas mais baixas. Até agora, ela arrecadou US$ 35 milhões.

Gaonkar assinou o Giving Pledge para dedicar a maior parte de sua riqueza à filantropia, a exemplo de bilionários que vão de Warren Buffett e Bill Gates a David Vélez, do Nubank (NU).

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