Bloomberg Opinion — A saúde dos tomadores de crédito é a principal preocupação de todo o setor financeiro no próximo ano. Uma visão otimista seria que a inflação seja rapidamente controlada sem que as taxas de juros subam mais; e quaisquer recessões serão curtas e superficiais. Nesse mundo, apenas os tomadores de empréstimos de maior risco provavelmente terão problemas – contudo, isso ainda significa perdas (e essa é a visão otimista).
Os maiores bancos com os balanços mais fortes – como JPMorgan (JPM), Bank of America (BAC), ou BNP Paribas – devem conseguir encarar o cenário tranquilamente. Mas, mesmo neste ambiente, muitas das fintechs mais novas que se expandiram rapidamente para o crédito ao consumidor provavelmente estarão em dificuldades devido ao maior foco em tomadores de empréstimos de maior risco, agora em excesso.
Não são apenas as empresas especializadas em empréstimos do tipo “compre agora, pague depois”, como a Klarna, que parecem ter ampliado seus negócios e seu quadro de funcionários de forma muito ambiciosa nos últimos anos.
Cortes de empregos e avaliações em colapso se espalharam por todo o setor de fintech, incluindo empresas de pagamentos como a Stripe. Está chegando uma reestruturação adequada nas fintechs, e os grandes bancos que ainda estão faturando bilhões de dólares de investimentos em tecnologia estarão em uma posição forte para reafirmar seu poder sobre os concorrentes – o que pode ser através de aquisições, ou simplesmente conquistando de volta clientes que se foram.
Esta coluna não reflete necessariamente a opinião do conselho editorial ou da Bloomberg LP e de seus proprietários.
Paul J. Davies é colunista da Bloomberg Opinion, cobrindo bancos e finanças. Trabalhou anteriormente para o Wall Street Journal e o Financial Times.
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