Novo chanceler da China busca melhorar relações com os Estados Unidos

Mudança de comando no ministério ocorre em um momento em que Pequim mostra sinais de voltar a uma estratégia diplomática mais discreta

Dois países rivais se enfrentaram em uma variedade de temas
Por Tania Chen
02 de Janeiro, 2023 | 03:48 PM

Bloomberg — O novo ministro das relações exteriores da China, Qin Gang, buscou uma melhora das relações sino-americanas em conversa telefônica com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, no dia de Ano Novo, de acordo com comunicado do governo em Pequim.

Qin, que serviu como embaixador da China nos EUA antes de seu novo cargo, espera manter uma estreita relação de trabalho com Blinken, segundo o comunicado, divulgado nesta segunda-feira (2). Blinken disse em seu perfil no Twitter que os dois discutiram como “manter linhas de comunicação abertas”.

A mudança de comando no ministério ocorre em um momento em que Pequim mostra sinais de voltar a uma estratégia diplomática mais discreta, diante de críticas crescentes ao estilo combativo do governo chinês.

Os dois países rivais se enfrentaram em uma variedade de temas, desde comércio à tecnologia, e o apoio contínuo dos EUA a Taiwan continua a ser uma fonte importante de tensão com a China, que considera a ilha autônoma como parte de seu território.

PUBLICIDADE

A troca de gentilezas indica que Blinken ainda deve visitar Pequim em breve, para dar sequência ao encontro de novembro entre Joe Biden e Xi Jinping, o primeiro entre os líderes das duas maiores economias do mundo desde antes da pandemia. Nas últimas semanas, EUA e China se desentenderam novamente sobre o apoio militar americano a Taiwan.

A política externa mais assertiva de Pequim contribuiu para uma piora na opinião pública em todo o mundo desenvolvido durante a década de Xi no poder, com a parcela de pessoas nos EUA com visões desfavoráveis da China subindo para 82% em 2021.

Em meio às tensões entre os dois países, Qin, de 56 anos, foi responsável por algumas das mensagens mais moderadas da China sobre questões polêmicas. Ele disse que Pequim teria tentado impedir a invasão da Ucrânia se soubesse dos planos da Rússia e minimizou o risco de uma guerra com Taiwan.

-- Com a colaboração de Ocean Hou.

Veja mais em bloomberg.com

Leia também:

Putin e Xi falam em aprofundamento da parceria entre a Rússia e a China

Depois de EUA e Itália, mais países buscam evitar covid em passageiros da China