Bloomberg — As autoridades das Bahamas assumiram o controle de US$ 3,5 bilhões em ativos digitais na FTX Digital Markets em novembro logo após o pedido de recuperação judicial, com base em informações fornecidas pelo fundador Sam Bankman-Fried. Os valores constam de um comunicado na quinta-feira (29).
A comissão de valores mobiliários das Bahamas apreendeu ativos digitais da FTX avaliados em mais de US$ 3,5 bilhões em 12 de novembro, citando o risco de “dissipação iminente” dos mesmos devido a preocupações sinalizadas por Bankman-Fried que incluíam ataques cibernéticos contra a exchange, disse o regulador no comunicado.
Poucas horas depois que a FTX pediu falência em 11 de novembro, cerca de US$ 372 milhões em tokens foram roubados da bolsa, de acordo com o pedido de recuperação judicial.
A FTX registrou quase US$ 700 milhões em saídas de tokens em um período de 24 horas, de acordo com a empresa de pesquisa de blockchain Nansen.
A Comissão de Valores Mobiliários das Bahamas disse que os ativos digitais estão sob seu “controle exclusivo” temporariamente até que a Suprema Corte do país permita que o regulador os devolva aos clientes e credores que os possuem ou aos liquidatários conjuntos. Isso pode aliviar alguns clientes da FTX depois que seu atual presidente-executivo, John J. Ray III, que está supervisionando a reestruturação, alertou que os clientes internacionais podem perder mais fundos do que seus pares americanos.
As autoridades das Bahamas estão examinando a rede de relacionamentos entre a falida FTX.com, registrada localmente como FTX Digital Markets Ltd., e sua empresa comercial, Alameda Research.
O Departamento de Justiça dos EUA lançou uma investigação criminal sobre os ativos roubados, separada de seu caso de fraude contra Bankman-Fried, informou a Bloomberg News.
A Suprema Corte das Bahamas sugeriu que a Comissão deveria auxiliar legalmente no compartilhamento de informações relacionadas aos ativos digitais da FTX com devedores dos EUA e seus representantes, acrescentou o regulador.
--Com colaboração de Ben Bain.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
Gemini e gêmeos Winklevoss são processados por investidores nos EUA
© 2022 Bloomberg LP