Lula anuncia Tebet, Marina Silva e 14 ministros, além de líderes no Congresso

Equipe da Esplanada passa a ser toda conhecida a três dias da posse; serão 37 ministérios, dos quais 26 comandados por homens, e 11, por mulheres

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Bloomberg Línea — O presidente eleito Lula (PT) anunciou nesta quinta-feira (29), a três dias da posse, os 16 ministros que ainda faltavam ser conhecidos para compor a Esplanada do novo governo e as lideranças no Congresso. A equipe completa terá 37 ministérios, dos quais 26 serão comandados por homens, e 11, por mulheres.

Além deles, foram anunciados o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) como líder no Congresso; o senador Jaques Wagner (PT-BA) como líder no Senado; e o deputado federal José Guimarães (PT-CE) como líder na Câmara.

Veja os nomes anunciados:

  • Planejamento: Simone Tebet (MDB), senadora e candidata derrotada à Presidência em 2022. Apoiou Lula no segundo turno e recebe um ministério com funções extras. A pasta havia sido extinta pelo governo Jair Bolsonaro (PL), que a transformou em secretaria sob o Ministério da Economia.
  • Meio Ambiente: Marina Silva (Rede), que já foi a responsável pela pasta no primeiro governo Lula, mas deixou o cargo em disputa por espaço com o Ministério da Agricultura há 15 anos. Como chefe do Meio Ambiente, também será responsável pelas políticas relacionadas à crise climática.
  • Gabinete de Segurança Institucional (GSI): Gonçalves Dias, general da reserva, chefiou a segurança da Presidência da República nos dois primeiros mandatos de Lula, entre 2003 e 2010. O anúncio confirma a continuidade da militarização do GSI, retomada no governo Michel Temer (MDB) e aprofundada sob Bolsonaro.
  • Secretaria de Comunicação Social (Secom): Paulo Pimenta (PT-RS), deputado federal eleito para o quinto mandato e ex-líder do governo na Câmara.
  • Ministério da Agricultura e Pecuária: Carlos Fávaro (PSD-MS), senador e produtor rural, foi vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), entidade que apoiou Bolsonaro e chegou a financiar manifestações de apoio ao governo.
  • Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional: Waldez Góes (PDT-AP), governador do Amapá em final de mandato. Ficará responsável pela Codevasf, estatal responsável pelas obras de transposição do Rio São Francisco que foi vitaminada no governo Bolsonaro, depois que o governo decidiu abrir espaço no ministério para os integrantes do Centrão. O atual presidente do órgão é ligado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
  • Ministério da Pesca e Aquicultura: André de Paula (PSD-PE), deputado federal em fim de mandato. Foi candidato a senador, mas não se elegeu. Assume cargo negociado com as lideranças do PSD.
  • Ministério da Previdência Social: Carlos Lupi (PDT-SP), presidente do PDT, foi ministro do Trabalho nos governos Lula e Dilma Rousseff (PT).
  • Ministério das Cidades: Jader Filho (MDB-PA), presidente do MDB no Pará, irmão do governador do estado, Helder Barbalho, e filho do ex-deputado Jader Barbalho, senador que também participou dos governos Lula. Jader Filho entra no governo em um dos cargos negociados por Lula com o MDB.
  • Ministério das Comunicações (MC): Juscelino Filho (União-MA), deputado federal eleito para o terceiro mandato. Assume cargo negociado por Lula com o presidente do União Brasil, o deputado Luciano Bivar, cujo mandato está para terminar. Bivar foi presidente do PSL, partido que se fundiu com o DEM para fundar o União e que serviu de legenda para Bolsonaro se candidatar em 2018.
  • Ministério de Minas e Energia: Alexandre Silveira (PSD-MG), senador, foi diretor-geral do Dnit, cuja nomeação para a pasta foi negociada com as lideranças do PSD.
  • Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar: Paulo Teixeira (PT-SP), deputado fedreral eleito para o quarto mandato, faz parte de uma ala do PT que apoia o grupo do qual Lula faz parte.
  • Ministério do Esporte: Ana Moser, ex-jogadora de vôlei, fundadora do Instituto Esporte e Educação, trabalhou na Comissão Nacional de Atletas do Conselho Nacional de Esportes. Participou do plano de governo e do grupo de transição na área de esportes.
  • Ministério do Turismo: Daniela de Souza Carneiro (União-RJ), deputada eleita para o segundo mandato e conhecida como Daniela do Waguinho, foi a mais votada no Rio de Janeiro. Também integra uma pasta negociada com Luciano Bivar.
  • Ministério dos Povos Indígenas: Sonia Guajajara (PSOL-SP), indígena da Terra Indígena Arariboia. Foi coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), uma das principais entidades de representação de indígenas do país. Assume o cargo mesmo com a decisão do PSOL de não integrar o governo Lula.
  • Ministério dos Transportes: Renan Filho (MDB-AL), senador e filho do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que foi presidente do Senado. Também integra o governo em cargo negociado por Lula com as lideranças da legenda. Também foi govenador de Alagoas por dois mandatos.

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